Apanhadão: Autoras no centro das atenções
PublishNews, Redação, 07/03/2022
Folha entrevista a francesa Hélène Cixous, autora de livro fundamental para o feminismo que permaneceu inédito no Brasil por quase 50 anos, e Livraria da Travessa no Leblon é acusada de racismo

A cobertura de literatura na imprensa no final de semana destaca autoras. O Globo publicou entrevista com a escritora inglesa Beth O’Leary, de 30 anos, que está sendo comparada a Jojo Moyes. Segundo a Intrínseca, seu livro Um teto para dois já vendeu 300 mil exemplares no Brasil, entre físicos e digitais. No ano passado, a Lista dos Livros Mais Vendidos do PublishNews mostrou o romance na quinta posição na categoria Ficção. Quando lançou seu primeiro livro, aos 27 anos, a inglesa já tinha mais cinco prontos. Ela diz não compreender seu sucesso editorial. “Honestamente, não sei o que toca tanto as pessoas.”

O Globo destacou uma nova editora de quadrinhos, a Brasa, dedicada apenas a títulos nacionais. Seus dois primeiros lançamentos tocam em temas contemporâneos, como a masculinidade tóxica e a transfobia. Lovistori, de Gidalti Jr., mostra a paixão secreta de uma policial e uma travesti no Rio de Janeiro. E Brega story narra a batalha de uma cantora de Belém que tenta ser popular a qualquer custo. Esta HQ tem roteiro de Lobo, também editor da Brasa, e ilustrações de Alcimar Frazão.

O Globo também foi um dos jornais a noticiar a acusação da cientista da computação Nina da Hora, que afirma ter sido vítima de racismo na Livraria da Travessa no Leblon. Segundo a pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas, que se define com hacker antirracista, um segurança a seguiu dentro da loja e chegou a se debruçar sobre livros que ela estava olhando para impedir a consulta. A livraria divulgou nota dizendo que a empresa não compactua com condutas discriminatórias e está investigando o que aconteceu. O caso foi notícia também na revista Fórum, no G1 e no Metrópoles.

A Folha publicou entrevista com a escritora franco-argelina Hélène Cixous, na qual ela comenta seu livro O riso da Medusa, que chega ao Brasil pela editora Bazar do Tempo, quase 50 anos depois de sua publicação original. É considerado um ensaio fundamental para o feminismo. No texto, a autor convoca as mulheres a escreverem como forma de combater o domínio patriarcal. “É preciso que a mulher se coloque no texto – como no mundo, e na história -, por seu próprio movimento”, diz Cixous. O livro aponta nova visão sobre fundamentos da psicanálise ao desconstruir as ideias freudianas da castração feminina e inveja do pênis.

No Estadão, a coluna Babel informou que a historiadora e socióloga argentina Dora Barrancos terá seu livro Feminismos na América Latina publicado em 2022, também pela Bazar do Tempo. Outra informação: Morgana Kretzmann, vencedora do Prêmio São Paulo de Literatura 2021 na categoria romance de autor estreante, com Ao Pó (Patuá), vai publicar seus dois próximos livros, Água Turva e Safra de Sangue, pela Companhia das Letras.

A revista Veja trouxe o lançamento de Reflexões sobre a guilhotina (Record), de Albert Camus. Publicado pela primeira vez na França em 1957, o livro permanecia inédito no Brasil. Nele, o filósofo existencialista identificado com o “absurdo da condição humana” levanta argumentos morais filosóficos e estatísticos para defender o fim da pena de morte, que vigorou na França até 1981. A guilhotina, instrumento de execução que ganhou fama na Revolução Francesa, em 1789, foi utilizado pela última vez no país em 1977.

O Valor lembrou que os credores da Saraiva votam pela aprovação (ou não) do novo plano de recuperação judicial nesta segunda (07). Na sexta (05), as ações da Saraiva fecharam em forte alta na contramão da B3, com investidores reagindo positivamente à apresentação de um aditivo ao plano de recuperação judicial da companhia que prevê a constituição de uma unidade produtiva isolada (UPI) Loja Shopping Ibirapuera.

Ainda no Valor, uma análise de O homem da providência (Intrínseca), segundo volume da narrativa ficcional da vida de Benito Mussolini feita pelo autor italiano Antonio Scurati. Neste tomo, em uma clara mensagem sobre como acontecimentos do século XX podem se repetir agora, ele foca o período entre 1922 e 1943, que reúne as maiores vitórias bélicas e políticas do ditador italiano.

O jornal destacou também Alpha Girls (Agir), da jornalista Julian Guthrie, que conta as histórias de quatro investidoras, retratadas como “desbravadoras do Vale do Silício". Suas trajetórias são bem distintas. Magdalena Yesil é turca, de origem romena, Theresa Gouw é filha de imigrantes chineses, enquanto Sonja Hoel e MJ Elmore nasceram nos EUA. Alpha Girls se destaca entre outros relatos de dificuldade e sucesso de mulheres no mundo empresarial por trarar de quatro personagens se aventurando num segmento tão ou mais adverso à presença feminina quanto o mundo da TI. Elas têm participações em empresas de capital de risco e dão preferência para financiar projetos de mulheres.

[07/03/2022 09:00:00]