Nomes relevantes para a literatura, livros digitais e conflitos urbanos participaram do segundo dia oficial do Fórum das Letras. O evento, que segue até domingo (26), começou a quinta-feira chuvosa com um debate de peso que contou com Joselia Aguiar, Mário Magalhães e Plínio Fraga, todos com projetos biográficos em andamento. À tarde, foi a vez de Américo Tristão Bernardes, Camilla Cabete (Kobo), colunista do PublishNews, e Luís Antonio Torelli (CBL) falarem sobre e-book e inclusão digital, dentro da programação do Espaço CBL. A mesa mapeou como a população brasileira usa o digital e se conecta com o mundo, falou sobre as dificuldades de se formar leitores e de incluir os livros digitais nesse caminho e deu ideias de como melhorar essa situação no futuro.
Camilla falou sobre a resistência que o livro digital ainda sofre e frisou que o foco do Brasil no momento é na formação de leitores e não na rixa “livro impresso x livro digital”. “Nós precisamos de pessoas que consumam livros e gostem de ler, por isso foco meu trabalho nos ‘nativos digitais’ e se nós tivermos uma curadoria educacional que mostre para a população que ela tem dentro do smartphone várias livrarias 24h abertas para eles, todo mundo vai sair ganhando”.
Já Torelli mostrou dados recentes sobre a relação das editoras brasileiras com o livro digital e concluiu que “estamos perdendo tempo” e que precisamos de uma solução para melhorar o fato de que 43% das editoras brasileiras (dados de 2015) não têm qualquer tipo de conteúdo digital.
A mesa seguiu ainda falando sobre a resistência que as editoras ainda tem de colocar os quadrinhos no meio digital, esclareceu dúvidas sobre direitos autorais, falou sobre a importância das fanfictions na formação de novos autores e terminou somente às 19h20 depois de um esclarecedor bate-papo entre os integrantes da mesa e o público presente.
A programação do dia contou também com o lançamento do livro Dizendo o desdizer, de Antonio Carlos Secchin, poeta, crítico literário e acadêmico, especialista na obra de Carlos Drummond de Andrade; um debate sobre "Música e Literatura como expressão dos conflitos urbanos", que contou com o músico MV Bill; e terminou com a palestra show "Palavras Cantadas", com Márcio Borges, Rodrigo Borges e Telo Borges.
