The Markets deu início à programação da Feira de Frankfurt
PublishNews, Leonardo Neto, 14/10/2015
Sete mercados foram destaques no evento que antecedeu a abertura da feira: Alemanha, China, Coreia do Sul, EUA, México, Turquia e Indonésia

Profissionais de 20 países conheceram ideias e projetos realizados na Alemanha, China, Coreia do Sul, EUA, México, Turquia e Indonésia | © Bernd Hartung
Profissionais de 20 países conheceram ideias e projetos realizados na Alemanha, China, Coreia do Sul, EUA, México, Turquia e Indonésia | © Bernd Hartung
A terça-feira em Frankfurt, além dos discursos políticos, foi também de discussões a respeito de sete territórios que conseguiram destaque no cenário global da indústria do livro. Ao todo, 69 editores e especialistas apresentaram ideias e projetos realizados na Alemanha, China, Coreia do Sul, EUA, México, Turquia e Indonésia, país convidado desta edição da feira. A programação do seminário The Markets – Global Publishing Summit antecedeu a abertura oficial da feira e reuniu mais de 300 participantes de 20 países nesta terça-feira.

“Graças à globalização e à digitalização, o mundo do livro cresceu. Com o seminário The Markets, apresentamos os passos seguintes, encontrando novas áreas para negócios”, explicou Holger Volland, vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Feira do Livro.

A estabilidade do mercado de e-books nos EUA foi um dos tópicos de destaque da fala de Joe Wikert, diretor de estratégias e desenvolvimento de negócios da Olive Software. Ele não acredita que trata-se de uma estagnação a longo prazo. No entanto, ele recomenda que editores iniciem o desenvolvimento do que chamou de “Digital Publishing 2.0”. Chantal Restivo-Alessi, responsável pelo digital da HarperCollins nos EUA, chamou a atenção para o crescimento da leitura em dispositivos móveis, em especial em smartphones. "O número de smartphones está superando ao de computadores", observou. Além disso, a executiva falou da importância de novas formas de comercialização, que vão além do e-commerce. "O s-commerce, por exemplo, já é uma realidade. Consumidores estão gastando cada vez mais tempo nas plataformas sociais e muitas pessoas fazem compras por meio delas", pontuou. O e-book também foi o foco da apresentação de Wumping Zhao, vice-presidente da chinesa Shangai Translation Publishing House. “O Digital é o futuro do mercado chinês”, declarou ao apresentar dados de uma pesquisa realizada em 2014 pela Academia Chinesa de Imprensa e de Publicações segundo a qual as mídias digitais já ultrapassaram os livros de papel no segundo maior mercado consumidor de livros do mundo. Ainda a respeito do poder do digital, o alemão Niels Peter Thomas, vice-presidente executivo da Springer Nature, editora de CTP do grupo Springer, descreveu a seguinte tendência: “digital e formatos já tradicionais vão se fundir; a oferta e o consumo de conteúdos em uma gama muito mais ampla de formatos se tornarão uma coisa natural”.

Da Turquia, Banu Ünal, vice-gerente geral da Günışığı Kitaplığ apontou um rápido crescimento das vendas on line em seu país: “nos próximos anos, e-books se tornarão um importante mercado, atendendo às necessidades do população mais jovem do país. E 25% da população turca tem menos de 25 anos”, demonstrou o potencial do seu mercado. Da Coreia do Sul, Ryan Kim, CEO da Y Factory, que desenvolve apps para o mercado de educação, defendeu que as boas oportunidades no seu país estão na literatura infantil. Dos cerca de 43 mil títulos lançados por ano na Coreia do Sul, a ficção literária é o gênero líder, seguido por livros infantis. Mas em termos de volumes impressos, os infantis lideram com 28.7% do total. Eles são maioria também entre os livros traduzidos. Segundo dados apresentados pelo editor, os livros infantis perfazem 24% do total de traduções no país.

O México, tem experimentado um notado desenvolvimento econômico nos últimos anos. “Isso também estimula a indústria doméstica de livros”, disse Nubia Macias, diretora editorial da Planeta no País. No entanto, ela percebe um “novo mercado” emergindo. A base para essa transformação, segundo a editora, é a crescente presença do digital na economia e na sociedade mexicana. Em níveis nacionais, há um crescimento contínuo nos acessos à internet no País. Em 2014, segundo dados apresentados por Nubia, quase 54 milhões de mexicanos estavam conectados via dispositivos móveis.

A Indonésia, país convidado nesta edição quis aproveitar a oportunidade para se apresentar ao mundo. Rafli L. Sato, da BAB Publishing, usou a conferência para “revelar o potencial escondido do mercado do livro” no seu país. Sato explicou: “nosso governo investiu 20% do seu orçamento em educação. Nossos índices de leitura estão crescendo como resultado disso. Eu vejo muitas oportunidades para os segmentos de livros infantis e de quadrinhos”. Já Haidar Bagir, presidente do grupo Mizan, também da Indonésia, previu que o mercado doméstico de vendas pela internet vai crescer muito rapidamente. “Sessenta e três milhões de indonésios estão ativos nas redes sociais e 45% da população usa dispositivos móveis para ler ou estudar”, revelou.Subscrição

Pelo menos duas mesas do seminário The Markets trataram do tema "subscrição". O assunto ganhou ainda mais força depois que a Oyster, empresa que ficou conhecida como a "Netflix dos livros" ter desistido do negócio. Jonathan Stopler, Vice-presidente senior da Nielsen Book nos EUA demonstrou que o Kindle Unlimited, o serviço de assinaturas da Amazon, é dono de 38% do mercado norte-americano nesse segmento. Já na mesa O sucesso do mercado de distribuição móvel de livros em países emergentes, Simon Dunlop e Andrew Baev, executivos da Bookmate, apresentaram o trabalho da plataforma de subscrição presente em países como Colômbia, Guatemala, Paraguai, Honduras, Nicarágua, México, Azerbaijão, Ucrânia e Filipinas. Com 3,1 milhões de assinantes, a plataforma é acessada prioritariamente via smartphones e tablets. A faixa etária dos seus consumidores é de 16 a 36 anos e eles gastam cerca de 52 minutos por dia na plataforma. "Os serviços de subscrição são muito adequados a mercados emergentes", defendeu Andrew. "As pessoas estão lendo como nunca. O que precisamos fazer é tornar o serviço suficientemente bom e ter dados. Quando você sabe como as pessoas leem, você consegue criar produtos mais ajustados", completou.

[14/10/2015 07:01:13]