Javier Marías explora memórias da ditadura em novo romance
O GLOBO, GUILHERME FREITAS 10/10/2015 6:00
Em 'Assim começa o mal', autor escreve sobre segredos do passado recente da Espanha

O espanhol Javier Marías já disse que busca reproduzir em seus livros o tempo da memória, pois acredita que “a verdadeira duração das coisas é a de sua permanência, não a que têm no momento em que acontecem”. Em romances como Coração tão branco (1992) e a trilogia Seu rosto amanhã (2002-2007), ele evoca o passado em frases longas e descrições elaboradas, que iluminam vividamente os personagens, mas deixam sempre zonas de sombra, com mistérios nunca totalmente esclarecidos. Em Assim começa o mal (Companhia das Letras, 512 pp, R$ 49,90 – Trad. Eduardo Brandão), o autor examina por essa lente o passado da Espanha. A trama é ambientada nos anos 1980, durante a redemocratização do país, recém-saído de quatro décadas de ditadura do general Franco, morto em 1975.

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