Sou um dos milhares de pessoas que viveram a juventude na década de 1990 mas acha que a era disco foi o máximo, e queria ter estado lá. Ao lado de “Studio 54”, “Os últimos embalos da disco” foi um dos filmes que apresentou o final dos anos 70 para os seres dos anos 90. Antes, tínhamos “Os embalos de sábado à noite” e afins.
“Os últimos embalos da disco” é um filme que não me canso de rever e, muitas vezes, perco a história porque paro para observar roupas, cores, cenários e comportamentos. Ele gira em torno de um grupo de jovens que frequenta a boate mais UP da cidade. Três dos jovens centrais trabalham numa grande editora e durante o filme há passagens bastante interessantes sobre a disputa no meio editorial, os sonhos, frustrações dos subeditores e a volta por cima. Duas amigas se vêem envolvidas em intrigas e ciúmes, e esta relação será posta à prova de variadas maneiras - e sempre com grandes consequências.Todo mundo quer descobrir um grande talento e é isso que os jovens editores tentam a todo momento. Encontrar um novo autor, lançar uma nova moda, fazer sucesso... era o auge do sonho yuppie.
Neste filme, alguns de vocês serão apresentados pela primeira vez a uma reunião editorial. É um momento simples, rápido no filme, mas decisivo para um editor (sobretudo um jovem) numa editora. Ali, é ganhar ou perder. Depois da certeza de que se tem em mãos um livro que vale a pena ser editado, é preciso convencer o diabo de que aquele livro poderá fazer diferença no catálogo da editora.
Percebam como ela defendeu o projeto na reunião editorial. E o que acontece no momento seguinte: egos inflados, promoções instantâneas e .... a reviravolta.
Na vida editorial tudo o que um editor pode garantir é que está publicando um material de qualidade dentro de seu gênero e capaz de oferecer uma versão original, mais interessante, nova, para que ele mereça ser comprado e lido pelo público. Mas há coisas que não estão em nossas mãos e surpresas, boas ou ruins, acontecem o tempo todo.
Reparem na editora Júnior que apresenta um autor que finge ser algo que não é e quase perde o emprego. E como consegue dar uma volta naquela história, o que lhe garante uma excelente promoção e um sucesso instantâneo.
A idéia aqui não é resumir o filme, nem entregar o final... apenas sublinhar a passagem editorial e mostrar esse filme para vocês.
Comentários, críticas e sugestões... podem mandar para faroeditorial.wordpress.com.
Na próxima coluna, falarei sobre o filme “Conversando com Deus” e a negociação de um contrato milionário. Até lá!
Pedro Almeida é jornalista profissional e professor de literatura, com curso de extensão em Marketing pela Universidade de Berkeley. Autor de diversos livros, dentre eles alguns ligados aos animais, uma de suas paixões. Atua no mercado editorial há 26 anos. Foi publisher em editoras como Ediouro, Novo Conceito, LeYa e Saraiva. E como editor associado para Arx; Caramelo e Planeta. É professor de MBA Publishing desde 2014 e foi presidente do Conselho Curador do Prêmio Jabuti entre os anos 2019 e 2020. Em 2013 iniciou uma nova etapa de sua carreira, lançando a própria editora: Faro Editorial.
Sua coluna traz exemplos recolhidos do cinema, de séries de TV que ajudam a entender como funciona o mercado editorial na prática. Como é o trabalho de um ghost writer? O que está em jogo na hora de contratar um original? Como transformar um autor em um best-seller? Muitas dessas questões tão corriqueiras para um editor são o pano de fundo de alguns filmes que já passaram pelas nossas vidas. Quem quer trabalhar no mercado editorial encontrará nesses filmes algumas lições importantes. Quem já trabalha terá com quem “dividir o isolamento”, um dos estigmas dos editores de livros. Pedro Almeida coleciona alguns exemplos e vai comentá-los uma vez por mês.
** Os textos trazidos nessa coluna não refletem, necessariamente, a opinião do PublishNews
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