A palavra “malungo” vem do banto e quer dizer “companheiro”. O poeta, ensaísta e professor Edimilson de Almeida Pereira tomou dessa expressão para dar título à sua obra: Malungos na escola – questões sobre culturas afrodescendentes e educação (Paulinas, 312 pp., R$ 33,90). Nela o autor aproveita o significado da palavra não só para fazer referência à etimologia africana, mas, sobretudo para falar de outra viagem: aquela que se inicia com a “alforria” dos currículos escolares brasileiros. Votado entre os 10 finalistas do Jabuti em sua categoria, Malungos busca principalmente destacar aspectos da Lei 10.639, que diz respeito ao estudo da História da África e dos africanos, à luta e à cultura dos negros no Brasil e ao negro na formação da sociedade nacional. Diferente do que possa parecer, a obra não trata das questões legais da lei. O autor fala das influências africanas na formação da cultura brasileira muito mais do que comentar a lei.