DA FOLHA RIBEIRÃO

O jornalista e escritor Marcelo Rubens Paiva, 48, é o convidado para o bate-papo do Salão de Ideias no sábado, às 19h, na 9ª Feira do Livro. A seguir, trechos da entrevista à Folha.

 

FOLHA - Sua obra "Feliz Ano Velho" foi o ícone da juventude dos anos 80. Que obra ou autor é o retrato dos jovens de hoje?
MARCELO RUBENS PAIVA - Acho que este tipo de obra não existe mais nem vai existir, porque antigamente todos liam o mesmo livro, viam a mesma peça, assistiam ao mesmo filme.
Acho que hoje o público é mais democrático. Prefere quadrinhos, best-sellers etc. Não existe mais um filme que fez uma cabeça. A cultura se disseminou para muitos públicos.

FOLHA - Tem a ver com a leitura?
PAIVA - Não sei. Não sei se o jovem antes lia mais. Fala-se que jovem hoje não vai ao teatro.
Besteira, porque eles estão lotados de jovens. Agora, o brasileiro não lê como em outros lugares como Argentina, Europa.
Lá, em qualquer metrô estão todos lendo um livro, aqui estão todos olhando para o nada.

FOLHA - O sr. disse que a cultura está disseminada. E como estão blogs e a internet neste contexto?
PAIVA - Só ajudam. Acho que a internet veio para aumentar a democratização da informação.
Na música, na literatura, no cinema, a internet contribui para trazer as pessoas para o mercado cultural. Não separa do livro, é outra linguagem. É como dizer que teatro impede as pessoas de ler, o que não é. (JC)


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