São Paulo, sábado, 08 de janeiro de 2005

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Febre imperial

Divulgação
Colin Farrell, que encarna Alexandre no épico que estréia no Brasil na próxima sexta


Épico de Oliver Stone provoca onda de lançamentos de livros sobre a figura de Alexandre, o Grande

CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL

As críticas foram quase unanimimente más e há quem diga por aqui que o filme é ruim em um padrão "Tieta do Agreste", mas independente disso o feito de Oliver Stone não é pequeno. Com seu longa "Alexandre", o cineasta americano está conduzindo o guerreiro macedônio, morto há quase 2.400 anos, a mais uma de suas acachapantes conquistas.
Alexandre, o Grande, já tomou escurinhos do cinema de mais de 40 países e amarra as rédeas de seu cavalo Bucéfalo no Brasil na sexta-feira que vem. E isso é da missa apenas um terço.
Com o filme protagonizado pelo duvidoso Colin Farrell vão chegando às prateleiras do mundo todo livros e livros sobre o comandante da Antigüidade.
Só por estes lados são pelo menos quatro os novos Alexandres. Heterogêneo, esse quarteto inclui desde "Alexandre, o Grande", narrativa da vida do herói feita pelo "principe dos biógrafos" Plutarco (viveu de 46 a 119), até um livro que adapta a lendária habilidade estratégica do guerreiro para o mundo dos negócios, o volume "A Sabedoria de Alexandre, o Grande", de Lance Kurke, que a Relume Dumará coloca nas estantes na semana que vem.
As livrarias também já exibem o consistente ensaio "Alexandre, o Grande" da helenista francesa Claude Mossé e recebem nos próximos dias a biografia... "Alexandre, o Grande", assinada por E.E. Rice.
Os títulos dos livros não mudam muito, mas cada miolo é um miolo. O trabalho de Rice, por exemplo, lançamento da editora Nova Fronteira, se diferencia pela concisão (120 páginas) e pelo ímpeto desmitificador.
É essa também a tônica do livro não lançado aqui "Alexander the Great" , de Robin Lane Fox, que serviu de base para o filme de Oliver Stone (e valem parênteses para registrar que Fox aparece no longa comandando a cavalo um batalhão, exigência dele em troca de consultoria para a produção).
Mas não é da América de Rice e Fox que vêm as grandes colaborações sobre O Grande. Os franceses mais uma vez se mostram mais donos da Antigüidade e lançam obras como "Alexandre Le Grand, Histoire et Dictionnaire", catatau de mais de mil páginas sobre Alex.
Na França ou nos EUA a coisa não deve parar por aí. Quando o filme de Stone já estiver em cinzas outro Alexandre deverá chegar às telas. O australiano Baz Luhrmann ("Moulin Rouge") está produzindo sua versão sobre o herói, com Leo DiCaprio à frente do batalhão -Mel Gibson estaria fazendo um filme em dez partes também para o canal de TV HBO.
Com essas e outras, a lista estimada de 1.200 livros alexandrinos já existentes seguirá adiante. Alexandre continuará Grande por mais alguns milênios, ainda que alguns cineastas não queiram.


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