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POLÍTICA CULTURAL
Entidade destina R$ 5 mi a projeto que beneficiará 28 museus, como a Pinacoteca e o Lasar Segall, em SP
Caixa divulga entidades apoiadas em 2005
DA SUCURSAL DO RIO
Três dias depois de o BNDES
divulgar os 49 projetos culturais
que receberão R$ 5 milhões do
banco neste ano, a Caixa Econômica Federal anunciou ontem, no
Rio, para onde vão os R$ 5 milhões do projeto Caixa de Adoção
de Entidades Culturais.
Assim como o similar do
BNDES, o programa da Caixa se
voltou para museus e instituições
dedicadas à memória. São 28 entidades contempladas, de 11 Estados, com valores entre R$ 8.000 e
R$ 499 mil. Pinacoteca de São
Paulo, Museu Paulista da USP,
Museu Lasar Segall (SP), Centro
Cultural São Paulo, Museu de Arte Sacra (BA) e Museu Nacional
(RJ) estão entre os escolhidos.
Só foram contemplados em ambos os editais o Iphan (Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e a Fundação do Homem Americano, do Piauí, mas
com projetos diferentes em cada
uma das seleções.
Segundo o ministro da Cultura,
Gilberto Gil, o fato de os museus
estarem recebendo muitas verbas
durante o governo Lula é mérito
dos próprios museus.
"Eles são como um vulcão: têm
uma atividade constante lá no
fundo. Foram as ações deles que
provocaram demandas no ministério. A música levou muito mais
tempo para provocar isso. O teatro está levando ainda mais tempo. Não se governa no vácuo. Governa-se com os governados. Eles
têm de indicar ao governo as formas de atuação", afirmou Gil.
Após ressaltar a importância de
ouvir a sociedade, Gil se irritou
com uma repórter que comentou
que a maior parte da sociedade
seria contra o projeto da Ancinav
(Agência Nacional do Cinema e
do Audiovisual), até hoje não enviado ao Congresso Nacional por
causa das pressões contrárias.
"Você está partindo de um pressuposto que não é verdadeiro. Esse [pressuposto] não é razoável.
Boa parte da sociedade é a favor
da Ancinav, assim como boa parte pode não ser", rebateu Gil, antes de atacar, sem citar nomes, os
que criticam a Ancinav, como as
Organizações Globo.
"A regulamentação é um desejo
muito antigo, que já foi tentado
pelos ministros [das Comunicações] Sergio Motta e Pimenta da
Veiga no governo Fernando Henrique, mas foi bombardeado por
forças contrárias. Mas as forças
favoráveis aumentaram, porque a
urgência dessa regulamentação se
tornou dramática, com os grandes grupos de comunicações controlando vários segmentos do setor e as empresas de telefonia consolidando-se como produtoras e
distribuidoras de conteúdo audiovisual", disse.
Gil aproveitou para defender o
governo Lula. "As oposições nos
criticavam por não termos plano
de governo. Ainda que isto não
seja totalmente verdade, é parcialmente verdade, o que é bom. Não
temos uma visão verticalizada,
voluntarista, impositiva. Estamos
aprendendo a governar com a
realidade." No final da cerimônia,
Gil cantou, dançou e improvisou
vocalises enquanto o grupo Filhos
de Marta, formado por jovens do
morro carioca Santa Marta, tocava "Na Glória", de Raul de Barros.
O presidente da Caixa, Jorge
Mattoso, garantiu que o projeto
de apoio a entidades culturais
continuará em 2005. Segundo ele,
a concentração de boa parte dos
recursos no Rio e em SP se explica
pelo maior número de instituições nesses Estados.
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