Apanhadão da semana: Machado de Assis encontra jovens cariocas
PublishNews, Redação, 29/07/2022
Folha entrevista Sérgio Rodrigues, que em novo livro coloca o fantasma de Machado de Assis aturdido entre os estudantes de uma universidade do Rio nos dias atuais; Ignácio de Loyola Brandão viraliza no Estadão

Sérgio Rodrigues | © Divulgação
Sérgio Rodrigues | © Divulgação
Nesta semana, a Folha entrevistou Sérgio Rodrigues [foto], que se utiliza da figura de Machado de Assis em seu novo livro, A vida futura (Companhia das Letras). O romance leva o fantasma do autor de Dom Casmurro a um lugar entre a linguagem neutra e as pessoas não binárias. É um Machado de Assis que vaga aturdido pelo campus de uma universidade carioca em pleno século 21, com estudantes falando expressões que ele nunca ouviu antes: grupos interseccionais, lugar de fala, centralidade, não binários, cisgênero, epistemologia decolonial, todes. O que seria todes? Um deus nórdico?, pensa Machado.

No Blog da Vivi, também na Folha, Vivian Masutti falou da edição comemorativa de Cadernos do cárcere (Civilização Brasileira), que traz textos do filósofo marxista italiano Antonio Gramsci (1891-1937) escritos durante longa prisão, divididos em três volumes. Essa quase coleção foi organizada por Nelson Coutinho, um dos maiores especialistas no pensamento do marxista. A detenção de Gramsci por 11 anos é um caso evidente de enclausuramento de suas ideias.

Na semana em que foi comemorado o Dia do Escritor (25/07), Ignácio de Loyola Brandão escreveu no Estadão um texto sobre seu ofício, que viralizou. Uma declaração de amor ao ato de escrever, teve vários trechos reproduzidos nas redes, como este: “Meu pai, que lia muito, tinha mil volumes em casa na década de 1940, me disse certa vez, “não fossem os livros, meu filho, eu não aguentaria a dureza desta vida, dia a dia igual na ferrovia. A mesmice ia me enlouquecer. Quando ele viu o meu primeiro livro editado, confessou imenso prazer. ‘Siga em frente, não vai ser fácil, mas siga. Você entra numa aventura fantástica."

O Estadão publicou também uma resenha de Antônio Gonçalves Filho falando de Mil anos de mangá (Estação Liberdade), livro de Brigitte Koyama-Richard que se aprofunda na história dos quadrinhos japoneses desde as primeiras composições pictóricas em rolos, datadas do século 12. A autora dedica boa parte do volume para analisar o impacto dos mangás após a derrota japonesa na Segunda Guerra Mundial. O livro aborda temas como a atuação do mangá para apresentar uma nova imagem da mulher japonesa, menos sensata e longe do estereótipo de boa mãe de família. Os mangás influenciaram o comportamento, a moda e até o ensino nas escolas japonesas.

No Globo, a coluna de Lauro Jardim informou que chega em novembro às livrarias brasileiras A imperatriz, romance histórico de Gigi Griffis baseado na nova série homônima da Netflix, que será lançada mundialmente no mesmo mês. No caminho contrário das adaptações para a tela de livros já existentes, a obra é uma adaptação do roteiro dos primeiros episódios criados para a plataforma de streaming. O enredo se passa em meio a intrigas e disputas pelo poder na corte de Viena no século 19, contando o envolvimento da rebelde Sissi e o imperador da Áustria, Franz Josef I.

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[29/07/2022 10:00:00]