A história do Pasquim jogando contra a repressão
PublishNews, Redação, 21/06/2022
Livro de Márcio Pinheiro conta a história do semanário que se tornou ícone da resistência contra a ditatura militar no Brasil

Luiz Carlos Maciel, Millôr Fernandes, Ivan Lessa, Henfil e Paulo Francis; Sérgio Cabral, Ziraldo, Jaguar e Martha Alencar; Sérgio Augusto e Miguel Paiva. Esse time, fora outros nomes não menos importantes, fizeram história no Pasquim. O primeiro técnico, responsável pela estratégia de ataque, foi o jornalista gaúcho Tarso de Castro. O jornal nasceu em junho de 1969, sob o signo do deboche, indo contra todas as formalidades linguísticas e visuais dos demais periódicos brasileiros. E, claro, pegando pela frente aquela famosa ditadura que, não só dava botinada na imprensa, como distribuía cartões amarelos e vermelhos a rodo. Nos primeiros seis meses, o semanário marcou goleadas editoriais, com entrevistas fora dos padrões da mídia e abordagens de temas nada palatáveis aos milicos, saindo de uma tiragem de 28 mil exemplares, para se tornar um dos maiores fenômenos do setor, e alcançar, em algumas edições, vendas de mais de 250 mil exemplares. Sem assinaturas. Apenas em pontos de venda e bancas de jornal. Os altos e baixos do jornal, a repressão, os dribles na censura, as grandes sacadas, o fim de carreira em 1991 e muitas curiosidades são contados no livro Rato de redação (Matrix, 192 pp, R$ 44), pelo produtor cultural, editor literário e jornalista Márcio Pinheiro, um outro fã dessa criação que tinha o ratinho Sig como sua mascote. Desde a primeira capa, Sig teve destaque no Pasquim interferindo com seus comentários sarcásticos em quase todas as matérias, artigos, entrevistas e até anúncios.

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[21/06/2022 07:00:00]