Convidados atraíram muita gente para o espaço Palco na Praça, onde falaram para o público. Os que mais aglomeraram fãs foram Drauzio Varella, Djamila Ribeiro e Ailton Krenak.
No domingo, na feira, o organizador mostrava olheiras profundas, mas não admitiu o cansaço. “Sempre tive, provavelmente elas ficaram realçadas ao sol. Valeu a pena demais, e tudo vale a pena se a praça Charles Miller não é pequena.”
Werneck responde agora três perguntas sobre o evento bem-sucedido.
PublishNews - Quais foram as expectativas e os resultados, em termos de retorno de público, de vendas e de mídia? É possível calcular presença de visitantes?
Paulo Werneck - De público, tínhamos algumas balizas numéricas, como o público do Festival Mário de Andrade, de 60 mil pessoas. Mas não tivemos uma tecnologia de contagem de público, e como a praça é muito grande, qualquer estimativa será um chute. Vamos tentar descobrir esses números com alguns parceiros, como o Museu do Futebol, mas a meu ver precisamos olhar para a feira com uma visão qualitativa e não quantitativa. O que importava para nós era colocar essa feira de pé, mostrar o que queríamos fazer, e parece que o público comprou a ideia.
Sobre vendas, vamos pedir aos expositores que compartilhem seus números conosco, em confiança. Tive retornos positivos, de editores de pequeno porte que disseram ter vendido três vezes o que investiram na feira. Mas não são dados precisos e consolidados. Em termos de mídia, não poderíamos esperar resultado melhor. O jornalismo compareceu, atuou, reconheceu a relevância do livro brasileiro e extraiu boas pautas que não ficaram só nas matérias sobre a importância da leitura, mas deram dados de mercado e extraíram notícias relevantes para o país, como o caso da mesa do Krenak. Foi uma semana em que o assunto livro entrou na pauta dos jornais, TVs e sites, ocupando o espaço de outros temas.
PN - Continua o plano de repetir a dose em 2023? Deve ficar mais fácil depois de colocar de pé a primeira edição?
PW - Essa resposta depende menos de mim e do Álvaro Razuk [arquiteto parceiro da Quatro Cinco Um no evento] do que do público, dos expositores, dos parceiros institucionais e dos autores. Para mim, todos já estão fazendo planos entusiasmados para o ano que vem. Quem ficou de fora este ano me escreveu pedindo para entrar. Tentamos já nascer com receitas diversificadas, sem onerar demais os expositores, e nisso a contribuição do público era esperada. Fizemos cartões postais e pedimos para os expositores enfiarem nos livros, para que os leitores os encontrem em casa e façam doações. Esperamos que isto ainda tenha um efeito. A venda de camisetas, que ajudou na receita, foi boa.
PN - Quais suas maiores surpresas nesses dias de feira?
PW - Me impressionou muito ver a marcha de mulheres indo para a foto. Houve muitas pequenas surpresas, boas e más, sobre o funcionamento das coisas que bolamos para a feira. Muitos ajustes a serem feitos, certamente. Mas a minha grande surpresa, o meu xodó, foi o estande 21, que reuniu as editoras infantis independentes. Eu queria morar lá dentro. Outra surpresa foi termos tido poucos problemas em relação ao tamanho extremamente reduzido da equipe. Trabalhamos de forma azeitada e com um astral muito bom, o que é fundamental para que o evento realmente funcione.
