Apanhadão: Globo entrevista Ken Follett, vendedor de 160 milhões de livros
PublishNews, Redação, 09/05/2022
Autor galês lança 'Nunca'; Estadão discute como a literatura reflete a relação entre Rússia e Ucrânia; Folha fala do livro póstumo de Leonard Cohen e Valor critica obras de mulheres com narrativas ousadas para suas épocas

Entre os destaques sobre literatura publicados no final de semana, o Globo trouxe entrevista com o escritor galês Ken Follett [foto], que tem mais de 160 milhões de livros vendidos ao redor do mundo. Autor de thrillers de espionagem, como O buraco da agulha, e romances históricos, como Os pilares da Terra, ele lança agora Nunca (Arqueiro), em que imagina um conflito entre EUA e China. Na entrevista, ele comenta a invasão da Ucrânia por Putin e a chance de uma guerra nuclear. “Achávamos que a Rússia não seria mais agressiva. Estávamos errados”, diz o autor.

O Globo também publicou crítica de Essa dama bate bué! (Todavia), romance de estreia de Yara Nakahanda Monteiro, que discute maternidade, luta política, racismo e território. Nascida em Angola, a escritora viveu em vários lugares, entre eles o Rio de Janeiro. A protagonista do livro, Vitória, é uma bibliotecária que desiste de se casar com um noivo de quem não gosta, ama outra mulher e cresceu numa família angolana com avô negro e avó branca. Em Angola, é considerada “clara demais”. Em Portugal, “escura”.

Na coluna de Ancelmo Gois, nota informou que, no dia 1º de junho, data em que Bibi Ferreira completaria 100 anos, será lançada uma biografia da grande dama do teatro. Escrito pela atriz e jornalista Jalusa Barcellos, Bibi Ferreira, a saga de uma diva: Uma biografia afetiva é publicada pela editora da Fundação Cesgranrio.

O Estadão discutiu como a literatura pode ajudar a explicar a relação entre Rússia e Ucrânia. De Gogol e Bulgakov a Oksana Zabuzhko e Andrey Kurkov, escritores recriam em seus livros embates artísticos e políticos. O texto comenta o programa de apoio a editores, livreiros e escritores ucranianos criado pela Feira de Frankfurt e fala de um livro já escrito sob o impacto da guerra, The war: The children who will never get to read stories (A guerra: Crianças que nunca lerão histórias), de Nataliia Mospan, lançado na Feira Infantil de Bolonha.

O Estadão trouxe crítica de O coração é o último a morrer (Rocco), no qual Margaret Atwood retoma o cenário de um futuro distópico, como em seu maior sucesso, O conto da aia. Mas dessa vez há uma dose humor na história de um casal que, após perder tudo o que tem, participa de um programa do governo que dá a eles casa e empregos dignos, mas alternando um mês de liberdade com um mês de detenção numa cadeia. Enquanto estão presos, sua casa é ocupada por outra pessoa, num rodízio permanente.

A Folha dedicou uma análise ao último livro do cantor, poeta e escritor canadense Leonard Cohen (1934-2016), A chama (Companhia das Letras). O volume, com mais de 600 páginas, reúne poemas, autorretratos e rascunhos m que transbordam ruminações erótico-existenciais. A resenha destaca a ótima tradução de Caetano W. Galindo para o livro lançado originalmente em 2018, dois anos depois da morte de Cohen, e é publicado no Brasil em versão bilíngue.

No caderno Ilustríssima, a Folha reproduziu trecho inédito de O diálogo possível (Todavia), do doutor em teoria literária e ensaísta Francisco Bosco. O livro reflete sobre a reconstrução do debate público no país. Segundo o auto, “o Brasil precisa de ideias de direita e esquerda”.

Ainda na Folha, a coluna Painel das Letras informou que o autor carioca Geovani Martins, que teve grande sucesso em 2018 com o livro de contos O sol na cabeça, (Companhia das Letras) deve lançar no segundo semestre deste ano seu primeiro romance, Via Ápia. O enredo acompanha uma turma de jovens da favela da Rocinha que têm suas vidas abaladas pela operação policial Choque de Paz, que entrou na comunidade em 2011.

O Valor trouxe duas críticas de obras escritas por mulheres. Da italiana Alba de Céspedes (1911-1997), a Companhia das Letras lança o romance Caderno proibido, lançado originalmente em 1952. Conta a história de Valeria Cossati, que subitamente decide começar um diário e, com os escritos, vê sua vida mudar.

Da britânica Anna Kavan (1901-1968), a Fósforo publica nova edição do romance experimental Gelo. Lançado originalmente em 1967, tanto no Reino Unido como no Brasil, o livro traz três personagens sem nome que buscam uma rota de fuga de uma catástrofe climática, consequência de um revolta totalitária, sob ameaça nuclear.

Tags: Apanhadão
[09/05/2022 09:00:00]