Depois de dois anos de pandemia e diversos eventos literários internacionais cancelados, parece que estamos voltando à normalidade. As Feiras de Londres e Bolonha, por exemplo, receberam elogios com a retomada de suas edições presenciais e proporcionaram inúmeros negócios para os editores participantes.

Mas mesmo durante o período mais pesado da pandemia, quem continuou apostando em uma feira presencial foi o Emirado de Sharjah. Com décadas de investimentos pesados no mercado cultural e editorial, o emirado vem colhendo os frutos desse trabalho duro.

A 40ª edição da Feira Internacional do Livro de Sharjah, por exemplo, apresentou ótimos resultados, recebendo 1.632 editoras de 83 países e se consolidando entre as maiores feiras do setor.

Em 2020, criaram a Sharjah International Literature Agency (Sila), primeira agência literária do gênero na região árabe. Iniciativa da Sharjah Book Authority (SBA) – realizadora da Feira do Livro – o projeto tem como objetivo desempenhar um papel vital na proteção dos direitos dos editores e escritores e ainda abordar a falta de acesso aos direitos literários na região, que impede que escritores profissionais tenham seu trabalho protegido por direitos autorais traduzido e disponibilizado em todo o mundo.

A Sila oferece um novo estímulo à criação de conteúdo literário em árabe, ajudando editores internacionais a descobrir novos talentos, facilitando o intercâmbio da indústria e ainda oferecendo suporte consultivo e financeiro.

Outro ponto que merece atenção é a chegada em novembro passado, do Ingram Content Group – provedor de serviços americano para a indústria do livro – à Sharjah Publishing City, zona franca do livro com 19mil m² inaugurada em 2017 e que conta com diversos espaços para editoras do mundo inteiro. Com a chegada da empresa e sua tecnologia Lightning Source para impressão sob demanda, a Publishing City tem atraído interessados do mundo inteiro.

Além disso, Sharjah se uniu à Breslávia (Wroclaw), cidade na Polônia, para a criação de um apoio financeiro para escritores, tradutores e outros players da indústria editorial ucraniana que perderam seus meios de subsistência.

Children’s Reading Festival e a Booksellers Conference

A 13ª edição do Festival de Leitura Infantil de Sharjah acontece de 11 a 22 de maio, com 1.140 atividades e oficinas. Pelo menos 139 editoras de 15 países assinaram contrato para expor no evento e participar da programação. Segundo Ahmed bin Rakkad Al Ameri, presidente da SBA, "o festival oferece às gerações mais jovens uma plataforma única para explorar curiosidades e adquirir novos conhecimentos" e está focado na "construção de gerações capazes de liderar a jornada de desenvolvimento de sua nação e alcançar seus objetivos”.

Paralelamente ao evento, está programada também a Booksellers Conference, um encontro de livreiros no mesmo estilo da Publishers Conference, que a companha a Feira do Livro em novembro.

O evento – que inicia no dia 15 de maio – prevê a participação de 200 livreiros, distribuidores e editores. A programação incluirá palestras de liderança e quatro painéis de apresentações, com o objetivo de incentivar o compartilhamento de melhores práticas e permitir uma análise aprofundada das tendências atuais em vários domínios que impactam a venda de livros: estratégias digitais; curadoria e apresentação de estoque; engajamento do cliente e novos modelos de negócios.

Os participantes também terão oportunidades de fazer networking, apresentar seus títulos e explorar novas oportunidades de mercado em uma série de sessões individuais.

A conferência abrirá com um painel liderado pelo consultor Kuo-yu Liang, que falará sobre o desempenho de vendas por meio de canais digitais, incluindo sites e mídias sociais, por exemplo.