Apanhadão: Filho relata em livro últimos dias de Gabriel García Márquez
PublishNews, Redação, 02/05/2022
Estadão entrevista autor de 'Gabo & Mercedes: uma despedida', que sai no Brasil pela Record; a Folha publica matéria sobre o reerguimento da rede americana de livrarias Barnes & Noble, depois de crise com a chegada da Amazon

O Estadão entrevistou Rodrigo García, filho do escritor colombiano Gabriel García Márquez [foto], ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1982. Quando começou a acompanhar de perto a crescente fragilidade física e mental do pai, em 2014, ele tomou notas do dia a dia até sua morte, em 17 de abril. Esse material deu origem a Gabo & Mercedes: uma despedida, que sai no Brasil pela Record. Ele queria deixar o fim da vida de Márquez para suas netas, e não tinha intenção de publicar esse diário em livro, porque sua mãe não se sentia à vontade com a proposta. Quando Mercedes morreu, em 2020, ele passou a considerar a publicação.

O Estadão também republicou texto do jornal The Washington Post sobre a autobiografia da atriz Viola Davis, Finding Me (HarperOne), estrela de filmes como Histórias cruzadas e Um limite entre nós, e da série de TV How to get away with murder. Quem espera encontrar segredos do showbusiness no relato de uma mulher que tem em casa estatuetas do Oscar, do Emmy e do Tony, respectivamente os maiores prêmios americanos para cinema, TV e teatro, vai se decepcionar. O livro é uma expiação de traumas familiares da atriz, abusada sexualmente pelo irmão e convivendo com o pai alcoólatra e violento.

A Folha trouxe entrevista com o cineasta alemão Werner Herzog, que falou de sua incursão literária. Aos 79 anos, consagrado nas telas com obras como Nosferatu e Paris, Texas, ele lança agora o livro O Crepúsculo do Mundo (Todavia). É uma versão romanceada da vida de Hiroo Onoda, soldado japonês que passou quase trinta anos solitário nas selvas das Filipinas depois do término da Segunda Guerra Mundial, em 1945, pensando que o conflito ainda continuava. Ele voltou ao Japão apenas em 1974. Herzog sente uma conexão com Onoda por ter passado por situações de extrema dificuldade em rodar filmes em lugares inóspitos do planeta. Como arrastar um navio de 300 toneladas morro acima na Floresta Amazônica nas filmagens do delirante Fitzcarraldo.

A Folha publicou também matéria original do New York Times sobre o reerguimento da rede americana de livrarias Barnes & Noble, depois de enfrentar grande crise com a chegada ao mercado da gigante virtual Amazon e os efeitos da pandemia de covid-19. A Barnes & Noble tem bons resultados (14% de aumento nas vendas em comparação a 20019) depois de reformar lojas e mudar de estratégia durante a pandemia. A rede passou a vender apenas livros e dispensou comércio de itens como baterias, brinquedos e memorabília, que a matéria do jornal americano trata como “bugigangas”.

Folha e Estadão publicaram material sobre o jornalista e escritor Otto Lara Rezende, cujo centenário de nascimento é comemorado no feriado de Primeiro de Maio. A Ilustríssima falou de uma seleção de 100 cartas, endereçadas a nomes como Dalton Trevisan e Fernando Sabino, que será publicada no ano que vem. O professor Augusto Massi fala sobre a produção de ficção do autor mineiro. No Estadão, a notícia é o documentário Um bom dia para nascer, idealizado por sua filha, Helena Lara Rezende, em fase de finalização. Em sua coluna, Sérgio Augusto também dedica texto a Otto.

Ainda na Folha, na coluna Painel das Letras, está a notícia de que a editora Elefante terá neste ano mais seis novas traduções de livros de bell hooks, o que vai dobrar o número de títulos disponíveis em edições brasileiras da escritora e ativista negra americana, que morreu em dezembro. Outra nota da coluna informa que a Quadrinhos na Cia comprou no tradicional festival de Angoulême os direitos da primeira biografia ilustrada de Virginia Woolf (1882-1941), autora de Mrs. Dolloway e Orlando. A graphic novel está em processo de produção, pela artista britânica Ella Bucknall.

O Globo publicou reportagem sobre dois livros ligados a Patrícia Galvão, a Pagu (1910-1962). Nome fundamental no entendimento da cultura brasileira entre as décadas de 1930 e 1950, a escritora, tradutora, desenhista, jornalista e militante comunista teve relançado recentemente pela Companhia das Letras seu “romance proletário” Parque industrial de 1933. Mas o destaque no texto do Globo é Pagu no metrô (Nós), de Adriana Armony, que foca um período muito nebuloso nos textos de Pagu e em suas biografias: o exílio em Paris, de 1934 a 1935. O livro revela fatos como ela ter sido detida e fichada na polícia francesa como “mulher de vida fácil”, cirurgias e militância nas ruas.

No Valor, João Anzanello Carrascoza falou sobre novo livro, O inventário do azul (Alfaguara). Com alguns capítulos curtíssimos, o livro expõe o universo masculino através da relação de um homem com o pai que morre precocemente, aos 43 anos, e como sua ausência influencia na atitudes do personagem na amizade com seus dois filhos, um casal que nasceu num intervalo de duas décadas.

[02/05/2022 08:00:00]