'Macunaíma' volta com arte gráfica de 1937
PublishNews, Redação, 12/04/2022
O livro de Mário de Andrade, com seu personagem que pretende ser o brasileiro perfeito, 'o herói sem caráter', é reeditado pela José Olympio com o visual criado por Thomaz Santa Rosa para o volume lançado nos anos 1930

Clássico incontestável da literatura nacional, Macunaíma (José Olympio, 128 pp, R$ 44,90) foi lançado originalmente em 1928 numa edição paga pelo próprio autor, Mário de Andrade (1893-1945), ainda sob alguma ressaca da polêmica Semana de Arte Moderna de 1922. A segunda edição só viria em 1937, pela José Olympio Editora, e é essa versão que aparece resgatada na nova publicação que chega às livrarias. O livro segue o projeto gráfico que reproduz a arte de Thomaz Santa Rosa, um artista visual ímpar que foi responsável pelos livros da editora nos anos 1930 e 1940. Quem não conhece a história do personagem forjado a partir de lendas e recheado dos piores hábitos possíveis, para se tornar “o herói sem caráter”, ainda deverá se surpreender com a jornada de Macunaíma e seus irmãos, que atravessam o Brasil de norte a sul, de Roraima ao Rio de Janeiro, em busca do amuleto perdido, a muiraquitã. Macunaíma também é um caso raro de livro adaptado de maneira criativa e satisfatória no cinema, com o filme homônimo que Joaquim Pedro de Andrade dirigiu em 1969, que traz Grande Otelo como o Macunaíma negro e Paulo José fazendo o Macunaíma branco.

[12/04/2022 07:00:00]