A comparação entre Clarice Lispector, Marguerite Duras e Nathalie Sarraute é natural, pois elas se encontram no cerne da experimentação romanesca que conhecemos no século XX, sendo fonte privilegiada de inspiração e influência para autores e leitores de todas as partes do mundo. Suas escritas literárias são muito diferentes entre si, porém, guardam algumas semelhanças fundamentais que permitem um olhar aproximativo sobre suas obras.
A exposição apresenta a estrutura de uma “casa”, em que Clarice recebe suas convidadas, Nathalie e Marguerite. Nessa casa, a “Cozinha”, por exemplo, faz referência ao processo criativo das escritoras e à forma como definiam a escrita. O visitante é convidado também a conhecer, entre outros aposentos, a intimidade do “Quarto da Escritora”, onde se encontram os textos mais confessionais das autoras. No centro da exposição, o “Salon” ou “Sala de Visitas” descortina as relações de Clarice Lispector com a França; com o Teatro da Maison de France e com a literatura francesa, a partir de um encontro em 1969, no Rio de Janeiro, da escritora com Alain Robbe-Grillet, considerado o “papa do Nouveau-Roman”.
Uma contribuição importante e inédita apresentada pela exposição é o mapa de Clarice no Rio, com os principais pontos da cidade em que ela viveu ou que foram imortalizados em sua obra. O mapa foi preparado, a pedido da curadoria, pela pesquisadora Teresa Montero, a partir de seu livro O Rio de Clarice: passeio afetivo pela cidade, publicado pela editora Autêntica em 2018, que apresenta os locais, no Rio de Janeiro, por onde Clarice andou, morou e desenvolveu sua arte literária.
A exposição pode ser visitada às segundas, quartas e sextas, das 13h às 17h e tem entrada franca. É necessária a comprovação vacinal e também fazer agendamento pelo Sympla.