Livraria Saraiva não consegue comprador para parte de sua operação
PublishNews, Leonardo Neto, 24/08/2021
De acordo com fonte ouvida pelo PN, a empresa estuda alternativas ao plano

A varejista tentava vender um conjunto de lojas físicas e/ou seu e-commerce por pelo menos R$ 90 milhões | © Humberto Sousa / Divulgação
A varejista tentava vender um conjunto de lojas físicas e/ou seu e-commerce por pelo menos R$ 90 milhões | © Humberto Sousa / Divulgação
A Saraiva não conseguiu habilitar interessados na compra de parte de sua operação. A varejista tentava vender um conjunto de lojas físicas e/ou seu e-commerce por pelo menos R$ 90 milhões.

Pelo que consta no aditivo do seu plano de recuperação judicial, aprovado pelos credores em fevereiro de 2021, a varejista contava com esse recurso para quitar parte de suas dívidas e ainda fazer caixa para seguir com a operação.

Essa foi a terceira tentativa de venda desses ativos. Nas duas primeiras vezes, também não houve interessados na compra.

A informação foi confirmada por uma fonte interna da Saraiva que disse também que a empresa “já está trabalhando para propor alternativas ao plano”.

Resultados 2T2021

No último dia 13, a varejista apresentou a seus investidores, os resultados financeiros referentes ao segundo trimestre de 2021.

No período, as receitas brutas da empresa totalizaram R$ 20,4 milhões, perda de 27,1% em relação a igual período de 2020.

A queda foi especialmente sentida no e-commerce, que apresentou baixa de 85% no seu faturamento bruto, caindo de R$ 23,3 milhões, em 2020, para R$ 3,3 milhões, no segundo trimestre de 2021.

No entanto, a empresa ressalta que tem privilegiado o aumento da margem bruta (lucro bruto / receita) em detrimento da receita bruta. Como reflexo dessa estratégia, o lucro bruto ajustado apresentou um ganho de 3,2 p.p. na margem bruta, que passou de 38,0% no 2T20 para 41,2%.

O documento aponta ainda redução de 33,9% na despesa operacional recorrente do segundo trimestre de 2021 em comparação com mesmo intervalo de 2020.

No período, a empresa também conseguiu melhorar o seu Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Mesmo ainda no vermelho, esse índice saiu de R$ 30,5 milhões negativos em 2020 para R$ 19,2 milhões negativos em 2021: melhoria de R$ 11,5 milhões.

A empresa informa ainda que migrou a sua operação de e-commerce para o modelo de full-commerce, em que todas as atividades do canal são realizadas diretamente por um parceiro comercial. Na avaliação da administração, isso contribui para uma operação mais rentável e ágil.

[24/08/2021 13:10:00]