Toda a ousadia de Hilda Hilda
PublishNews, Redação, 31/05/2021
Companhia das Letras lança 'O caderno rosa de Lori Lamby', que conta a história de uma menina de oito anos que decide se prostituir, com o consentimento dos pais, e registrar tudo

Aos 60 anos de idade, quatro décadas depois de estrear como poeta e inconformada com a tímida recepção de sua obra, Hilda Hilst tomou uma atitude radical. Em 1990, com O caderno rosa de Lori Lamby (Companhia das Letras, 80 pp, R$ R$ 39,90), resolveu se despedir da “literatura séria” e se dedicar a escrever “adoráveis bandalheiras”. A narradora, Lori, é uma menina de oito anos que decide se prostituir, com o consentimento dos pais, e registrar tudo — tudo mesmo — em seu diário. Com humor ácido e autoconsciência brutal, ela relata os desenlaces da sedução e o prazer que o dinheiro lhe traz. Não à toa, a premissa escandalosa rendeu as mais diversas e enfáticas interpretações dos críticos e continua despertando a ávida curiosidade dos leitores. No posfácio a esta edição, a psicanalista Vera Iaconelli destaca como Hilda Hilst, ao questionar nossas certezas e ultrapassar o limite da razão, escreveu uma obra que impressiona pela ousadia e atualidade.

[31/05/2021 07:00:00]