Apanhadão: Venda de livros anticiência na Amazon gera debate
PublishNews, Redação, 10/05/2021
E mais: Livraria Simples sobrevive à crise do mercado editorial e R$ 75 mil por mês; Mario Frias fala sobre Lei Rouanet; e o prelo das editoras

A venda de livros anticiência na Amazon provocou debate no último final de semana e foi abordada pelo Globo. Quem busca na Amazon um livro para entender a Covid-19 pode acabar encontrando títulos que desprezam a existência de uma pandemia e duvidam até mesmo do próprio coronavírus e de sua letalidade. E, uma vez dentro da página que detalha o conteúdo e as opções de compra na Amazon, mais indicações conspiratórias aparecem. Especialistas veem problema no algoritmo do site. Procurada pela reportagem, loja virtual removeu parte dos títulos e emitiu nota informando que o site do Ministério da Saúde aparece sempre no topo das páginas de resultados de pesquisas por livros relacionados ao coronavírus e que remove títulos que não estejam de acordo com suas diretrizes de conteúdo. Estudiosos ouvidos pela reportagem foram unânimes em reconhecer que impedir a Amazon de comercializar títulos negacionistas seria censura. No entanto, todos concordam que a empresa deveria tomar medidas que freassem a propagação de conteúdo anticientífico.

A Livraria Simples foi tema de matéria do Pequenas empresas & Grandes negócios. A matéria conta que a livraria sobrevive à crise do mercado editorial com venda de livros raros e segmentados. A Simples fatura R$ 75 mil por mês com vendas pela internet e espaço físico na capital paulista. Hoje, despesas fixas, como aluguel e funcionários, não passam de 20% do faturamento. Além disso, 70% dos livros são consignados.

A Folha publicou uma análise sobre a gestão de Mario Frias, secretário especial da Cultura. Em uma live voltada para o público "cristão" na última quinta, Frias disse que "o governo federal não tem obrigação de bancar marmanjo" com o dinheiro público obtido pelo mecanismo. A lógica dele — e do pastor Wesley Ros, o organizador do evento — é que os artistas deveriam sobreviver apenas do mercado, em vez de pedirem dinheiro aos cofres públicos. Segundo o texto da Folha, demonstra ignorância ao fazer tal afirmação. A verba obtida pela classe artística com a principal lei de incentivo às artes do país vem do imposto de renda pago por empresas e pessoas físicas — é uma verba pública cuja escolha de destinação é privada.

Matéria da APF reproduzida pelo Estadão informou a morte do escritor espanhol José Manuel Caballero Bonald. Vencedor do Prêmio Cervantes em 2012, o escritor tinha 94 anos. A morte dele também foi notícia na Folha.

Na coluna Painel das Letras, o destaque foi para os inéditos de Hannah Arendt que sairão após nova biografia. Primeiro, chega pela Companhia das Letras ainda neste mês Arendt - Entre o amor e o mal: uma Biografia, com texto de apoio de Heloísa Starling. E logo depois, em junho, a Bazar do Tempo publica Pensar sem corrimão, coleção de textos elaborados pela autora de 1953 a 1975.

A coluna também abordou o caso de sucesso da editora Mol. O livro sobre comportamento animal Seu cão não é doido / Seu gato não é doido, saiu com tiragem de 120 mil exemplares em março e foi distribuído em parceria com a franquia Petz. Agora a obra já está sendo reimpressa prevendo excesso de demanda. A Mol se especializa em criar produtos editoriais adaptados a varejos específicos, de impacto social. O livro duplo, que não tem caráter publicitário, custa R$ 8,90 e é vendido nas franquias da rede de pet shops, com 38% do preço de capa direcionado a ONGs de proteção animal.

A coluna da Babel informou que a australiana Skye McKenna terá sua saga Hedgewitch publicada no Brasil pela Faro, que acaba de comprar os direitos dos cinco livros. A coluna adiantou ainda que a e-galáxia lança nos próximos meses as obras de Airton Paschoa. Em maio serão Ver navios (poesia) e Teoria e prática do arrivismo em contos maduros de Machado de Assis (crítica). A Sextante também lança esta semana o livro Mãe e pai, me contem a minha história?, de Elma Van Vliet.

N'O Globo, Lauro Jardim adiantou que Sergio Moro está reescrevendo o livro que inicialmente seria lançado em março pela Sextante. Agora, a previsão é que a obra chegue às livrarias no segundo semestre. No livro, ele fala de corrupção, compliance e da sua passagem pelo governo Bolsonaro.

A Tecmundo divulgou os livros mais vendidos da Amazon ao redor do mundo. No Brasil, o mais vendido é Harry Potter e a pedra filosofal (Rocco), de J.K. Rowling.

E o Estadão selecionou dez livros que ajudam a iniciar ou aprofundar a conversa sobre morte e luto com os filhos.

Tags: Apanhadão
[10/05/2021 10:00:00]