A comédia crítica de Nikolai Gógol
PublishNews, Redação, 03/05/2021
O conto 'O nariz' conta a história de um homem que acorda e encontra o próprio rosto liso ao se olhar no espelho. Permeada pelo fantástico, obra é também uma sátira política e uma crítica à burocracia.

Em uma manhã como qualquer outra, um barbeiro, conhecido pela quantidade de sangue que faz jorrar do rosto de sua clientela, toma seu café da manhã. Ao afundar a faca sobre um pão recém-assado, encontra um ingrediente que não estava na receita: um nariz. Do outro lado da cidade, seu cliente, o assessor colegial Kovaliov, acorda e dá de cara com uma panqueca. Não em seu prato, infelizmente – trata-se de seu próprio rosto no espelho, liso como uma massa corrida, carente de qualquer resquício de um nariz. Publicado em 1836, o conto O nariz (Antofágica, 160 pp, R$ 49,90) reúne o que há de mais marcante na escrita de Nikolai Gógol: a comédia, a cultura popular, a sátira política e a crítica à burocracia. A insólita história de um duplo, permeada pelo fantástico, absurdo e pelo grotesco, tem como cenário a fria e burocrática cidade de São Petersburgo. A nova edição da Antofágica ganhou notas e nova tradução direta do russo por Lucas Simone, doutor em Literatura e Cultura Russa (USP), e ilustrações de Nicholas Steinmetz. Os posfácios são assinados por Raquel Toledo, mestre em Literatura e Cultura Russa (USP), Inti Queiroz, doutoranda em Filologia e Língua Portuguesa (USP).

[03/05/2021 07:00:00]