E ela foi direta ao recomendar que eles alterem radicalmente a demografia de seus funcionários e publiquem uma variedade saudável, inclusiva e diversa de bons livros escritos por escritores diversos e pensados para leitores igualmente diversos.
Bernardine enfatizou o caráter econômico desse argumento. “Não se trata de diversidade como caridade ou filantropia”, disse. “Quando meu romance sobre a feminilidade britânica negra [Garota, mulher, outras, aqui recém-publicado pela Companhia das Letras] pôde alcançar os mercados de massa – incialmente influenciados pelo Booker Prize, mas posteriormente por meio do boca a boca – provou-se que todos os tipos de literatura e vozes podem ser comercialmente viáveis”, disse. “Precisamos de todo tipo de escritor escrevendo todo tipo de livros, em todos os gêneros”, reafirmou.
A escritora, no entanto, apontou que os “tempos estão mudando”. E relembrou a morte de George Floyd. Foi a partir desta tragédia que o mundo abriu os olhos para a violência policial contra negros e isso acabou impactando o mundo dos negócios, inclusive a indústria editorial. “Os editores sabem que há um problema”, pontuou dizendo que eles, finalmente, acordaram para a questão. “É a primeira vez que vejo editores literalmente dizendo: ‘Meu Deus, nossa força de trabalho é 95% branca e temos uma porcentagem muito pequena de livros de escritores de cor! Precisamos fazer algo’”, concluiu.