Apanhadão: Saraiva apresenta nova proposta de plano de recuperação judicial
PublishNews, Redação, 13/10/2020
E mais: Bibliotecas voltam a abrir as portas; Pedro Bandeira critica programa de livros do governo federal; Kapulana irá publicar livro do primeiro escritor negro a vencer o Nobel de Literatura, Wole Soyinka

A Exame teve acesso à nova proposta de plano de recuperação judicial da Saraiva. De acordo com a revista, a varejista propõe dividir sua operação em três unidades produtivas isoladas (UPIs), que seriam colocadas à venda. A ideia é se desfazer de uma delas para levantar recursos para pagar parte das dívidas e gerar capital de giro. As demais unidades seguiriam em operação sob o comando da Saraiva. A primeira UPI foi chamada de "Lojas". A varejista espera arrecadar pelo menos R$ 189 milhões com a venda dos contratos de locação, de trabalho e de consignação de livros referentes a 23 lojas. A segunda UPI foi apelidada de "Site" e se refere ao e-commerce pelo qual a Saraiva pede R$ 150 milhões. A terceira UPI é a "Mista" cujo valor mínimo não foi definido e dará ao comprador a possibilidade de escolher quais lojas combinadas com o e-commerce pretende comprar. Independente de qual seja o valor apurado, a empresa se compromete a usar 75% da entrada para pagar dívidas e 25% ficariam na operação. O novo plano precisa ser aprovado pela maioria simples dos credores em assembleia marcada para esta quinta-feira (15).

Uma pesquisa feita pelo Itaú Cultural e Datafolha abordou os Hábitos Culturais pós pandemia e reabertura das atividades culturais, com abrangência nacional, o levantamento aborda tópicos como a expectativa de retorno às atividades culturais presenciais, ações culturais de que os brasileiros mais sentiram falta durante o período de suspensão social e o perfil dos consumidores de cultura antes e durante a pandemia. A pesquisa mostra que 66% da população tem intenção de voltar a participar de atividades culturais nos próximos meses. Foram ouvidas 1.521 pessoas, de 16 a 65 anos, em todas as regiões do país, entre os dias 5 e 14 de setembro. A atividade cultural ligada à literatura está bem cotada no interesse popular. Em questionamento estimulado e de múltipla escolha, a ida às bibliotecas foi apontada como o retorno mais desejado por 36% dos entrevistados, atrás apenas de cinema (44%), shows musicais (40%) e atividades infantis (38%). Entre os que estiveram em bibliotecas, a intenção declarada de retorno foi de 65%.

A Folha noticiou que as bibliotecas voltam a abrir a partir desta semana e refletiu sobre os meses que milhões de pessoas não puderam ter acesso às instituições durante a pandemia. Segundo a matéria, são 34 milhões de pessoas, em todo o país, as que frequentam bibliotecas. “Quando se fecha uma biblioteca, temporária ou permanentemente, temos fechada uma porta à leitura, à informação e, em última instância, ao acolhimento”, refletiu o consultor José Castilho, que foi secretário-executivo do Plano Nacional do Livro e da Leitura por dez anos no governo federal.

No Painel das Letras, o destaque foi para o livro de memórias do primeiro escritor negro a vencer o Nobel de Literatura, Wole Soyinka, que será publicado no Brasil. A editora Kapulana, dedicada à publicação de literatura africana no país, planeja para novembro o lançamento de Aké: os anos de infância. No livro, Soyinka transcende a autobiografia para fazer um retrato da cultura iorubá, de eventos que marcaram o país à época e das preocupações e sonhos daqueles com quem ele convivia.

Em artigo para a Folha, o escritor Pedro Bandeira – autor de clássicos infantojuvenis como A droga da obediência – criticou o programa de livros infantis, Conta pra mim, do governo federal. Escrito na visão de uma criança, o autor questiona o programa dando exemplos de como as histórias clássicas como Chapeuzinho Vermelho, João e Maria e Branca de Neve, em suas versões originais, ajudam as crianças a enfrentar problemas do dia a dia e a discernirem sobre o que é certo e errado. “Mas nesse novo livrinho a inveja não morre: ela vai pra cadeia, de onde poderá ser libertada um dia e novamente sair por aí perseguindo tudo que lhe dá inveja! Nessa história que você ganhou de presente, acho que eles quiseram fazer tudo mais “bonitinho”, mas acabaram fazendo uma coisa mais assustadora pra mim: a bruxa malvada continua viva dentro das pessoas e pode até ficar soltinha da silva com um tal de habeas corpus que eu nem sei bem o que é...”, diz o texto sobre o “novo” final da Rainha Má na história da Branca de Neve.

N'O Globo, Lauro Jardim informou, que Luis Roberto Barroso lança até o fim do ano Sem data vênia — uma visão do Brasil (Intrínseca/História Real), um livro em que vai falar da Amazônia à educação.

[13/10/2020 10:00:00]