Erramos
PublishNews, Redação, 28/05/2020

No fim da tarde da última quarta-feira (27), assim que foi anunciada a renúncia de Pedro Almeida do cargo de presidente do Conselho Curador do Prêmio Jabuti, o PublishNews tratou de colocar no ar uma matéria noticiando o fato. Ao citar nomes de escritores e intelectuais que subscreverem um dos manifestos, colocou erroneamente o nome de Conceição Evaristo.

Em uma conversa que Leonardo Neto, editor-chefe do PublishNews, teve com um dos idealizadores da petição on-line sobre o assunto, veio uma lista de escritores. O nome de Conceição estava nesta lista. No entanto, o editor não se atentou que a lista se tratava de um outro assunto. E, por isso, ele reconhece o erro e pede desculpas.

Tão logo fomos avisados pela equipe da escritora que a artista não estava arrolada entre os assinantes do documento, retiramos o seu nome.

Em contato direto com Conceição Evaristo, pedimos que ela enviasse uma nota que incluímos no fim desta errata.

Gente boa,

Sou uma pessoa de pouco frequentar as redes sociais e, por isso, quando tomo conhecimento de muitos assuntos, já perdi o bonde da história. Esse é o caso de uma petição online que está circulando em relação ao Presidente do Conselho Curador do Prêmio Jabuti, Pedro Almeida, e que o meu nome aparece como uma das pessoas que pedia a destituição do mesmo. Apesar de ter recebido, hoje, dia 28 de maio, um e-mail e uma chamada por telefone do responsável pela publicação da lista, justificando que foi um erro, uma confusão de assuntos, insisto na afirmativa de que o meu nome aparece sem consulta prévia, sem eu ter emitido qualquer consideração sobre o assunto. As pessoas mais próximas sabem das dificuldades que tenho para acessar as ferramentas do mundo virtual. Não consigo assinar nada online. Para o meu nome aparecer nessas circunstâncias, antes preciso ser consultada, por escrito, ou através da minha assessoria, para que haja um consentimento. Quero afirmar, entretanto, que, embora respeitando o ex-presidente do Conselho Curador do Prêmio Jabuti, discordo profundamente do ponto de vista, da posição, da publicação feita por ele. Não podemos tratar essa pandemia como ficção. Se a covid 19 é uma doença que parece democrática pois, em tese, pode atingir a todos, os meios de se livrar dela não são. Digo em tese porque quem tem condições de cumprir a quarentena, o que não é possível para as pessoas pertencentes aos extratos mais pobres da sociedade, já em princípio se resguarda do risco. Eu, particularmente, pertenço ao grupo dos mais vulneráveis: 73 anos, hipertensa, diabética e outras identidades, como a de pertencer a determinado grupo social e racial. Pertencimento este que me torna mais vulnerável ainda. Quero deixar explícito que um discurso que minimiza o perigo e a realidade dessa doença se torna um discurso cúmplice da morte. Estou questionando o fato de o meu nome aparecer como umas das pessoas assinantes da petição. Como? Não assinei lista alguma, nem tomei conhecimento de que havia qualquer petição online em curso. Creio que situação como essa não pode acontecer. Agora é esta petição, amanhã pode ser outra pedindo a instituição de um decreto genocida no país, que dê cabo da população pobre e preta, e o meu nome, como é conhecido, aparecer encabeçando a lista dos adeptos.

Aproveito para deixar aqui o meu recado. Se cuidem! E, quem puder, fique em casa!


[28/05/2020 20:25:50]