‘Estamos vendo um aumento no número de pessoas que usam os serviços de subscrição de leitura digital’
PublishNews, Lorenzo Herrero, 15/04/2020
Quarta entrevista da série Papo do Confinamento é com Julie MacKay, diretora internacional de aquisições de conteúdos da Scribd

Julie MacKay, da Scribd, está ansiosa por reuniões cara a cara
Julie MacKay, da Scribd, está ansiosa por reuniões cara a cara
Hoje vamos até os EUA para entrevistar Julie MacKay, diretora internacional de aquisições de conteúdos do Scribd. A crise do coronavírus não entende fronteiras. As plataformas digitais tampouco. É por isso que empresas como a Scribd podem sair reforçados em momentos como o que estamos vivendo. A entrevista faz parte da série Papo do Confinamento, encabeçada pelo nosso colega Lorenzo Herrero, editor do PublishNews em Espanhol.

PublishNews - Como você analisa que a pandemia afeta o mercado do livro? Quais áreas ou empresas sofrem mais?

Julie MacKay - Creio que é muito cedo para saber qual o impacto geral no mercado do livro, mas estamos vendo um aumento no número de pessoas que usam os serviços de subscrição de leitura digital para acessar os livros. De fato, desde meados de março, chegaram centenas de novos usuários ao Scribd. Isso porque as pessoas estão ficando em casa. Faz sentido que busquem conteúdos digitais e estamos contentes em oferecer esse conforto e entretenimento durante este período.

PN - O que você acha que os profissionais e as empresas do setor do livro podem fazer para minimizar essas perdas?

JM – Muitas pessoas estão especialmente ansiosas por ler neste momento. Estão com fome de recomendação de livros e criando clubes de leitura virtuais. É um grande momento para que os editores e autores se comprometam com seu público on-line e também aproveitem as oportunidades de distribuição digital como o Scribd para fazer com que seus livros eletrônicos e audiolivros cheguem a todos os leitores possíveis.

PN - Como você avalia o impacto da pandemia no mercado de livros digitais?

JM – A crise do coronavírus tem um potencial de aumentar a atividade de leitura digital, já que as pessoas buscam entretenimento e diversão enquanto praticam o distanciamento social, mas, é muito cedo para saber qual o impacto no mercado.

PN – Como o vírus afetou a sua vida profissional até agora?

JM – Felizmente estou acostumada a trabalhar a distância, assim que meu dia a dia não mudou de forma significativa. No entanto, me mudei temporariamente para a periferia de Massachusetts e sinto falta da cidade de Nova York. Notei que os colegas da indústria editorial de todo o mundo estão ansiosos por participar e manter reuniões. Temos tidos muitas reuniões virtuais nas últimas semanas! De fato, descobrimos que estamos aprofundando nossas relações com os parceiros internacionais, porque estamos passando mais tempo do que o habitual compartilhando atualizações pessoais e discutindo o impacto desta crise mundial.

PN – O que recomenda às pessoas durante essa quarentena?

JM – Estou lendo o último livro de Hilary Mantel, The mirror and the light. Quer melhor momento para voltar à uma história familiar?! Recomendo às pessoas que leiam histórias apaixonantes através das quais possam mergulhar na vida dos personagens e reforçar sua conexão com a humanidade, apesar do seu isolamento físico. Séries como as Novelas Napolitanas, de Elena Ferrante, são perfeitas.

PN – Qual será a primeira coisa que você fará quando tudo isso acabar?

JM - Viajar e voltar a nos encontrar cara a cara.

[15/04/2020 09:00:00]