No limite entre a utopia e a distopia
PublishNews, Redação, 04/02/2020
Obra de Kim Stanley Robinson mostra vida em uma Nova York inundada por conta do aquecimento global

Nova York 2140 (Minotauro / Planeta, 496 pp, R$ 69,90 – Trad.: Márcia Blasques), do americano Kim Stanley Robinson, um dos mais principais autores de ficção-científica da atualidade, traz uma nova visão do futuro da cidade de Nova York do século XXII: uma metrópole inundada. Nessa nova realidade, Manhattan ganhou o apelido de Super-Veneza. Vários dos personagens principais moram na MetLife Tower, na qual uma associação de inquilinos equipou com mecanismos de prevenção de inundações. Denver substituiu Nova York como o centro das finanças e da cultura americanas, e grande parte dos EUA foi deliberadamente abandonada. Os habitantes da metrópole, no entanto, conseguem se adaptar, e a Grande Maçã segue tão viva e fervilhante como sempre, ainda que de formas inteiramente distintas das de antes. Cada rua é agora um canal; cada arranha-céu, uma ilha. Por meio dos olhos – e dos destinos – de diversos moradores de um prédio da antiga Madison Square, Kim Stanley Robinson mostra ao leitor como uma das maiores cidades do mundo se transformaria após uma catástrofe climática dessa magnitude, no limite entre a utopia e a distopia.

[04/02/2020 07:00:00]