Essa cifra é apurada a partir de uma pesquisa realizada pelo BP junto aos editores presentes no evento. Eles declaram o quanto venderam e o quanto é previsto vender no próximo ano.
Nos dias da feira – que reuniu 840 mil pessoas, incluindo quase 19 mil editores de 48 países – os editores brasileiros participaram de 136 reuniões e de encontros de negócios com editoras da Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Espanha, EUA, México, Peru, Portugal, Taiwan e Venezuela.
Talita Camargo, uma das vencedoras da última edição do Prêmio Jovens Talentos e sócia da 2Book, resume: “Esse namoro antigo surgiu há dois anos quando, visitando a feira, percebemos a lacuna na falta de comercialização de títulos brasileiros no evento. O público local – pasmem! – é ávido pela nossa literatura e há muita procura por livros brasileiros durante o evento”.
Talita disse ao PublishNews que levou para Guadalajara 200 exemplares e 80% deles foram vendidos nos dois primeiros dias de feira. Foi solicitada uma reposição de 100 novas cópias, mas os livros não chegaram a tempo. A distribuidora diz que a maior demanda foi por literatura infantil e infantojuvenil. Nesse segmento, o livro mais vendido foi O meu pé de laranja lima (Melhoramentos), de José Mauro de Vasconcelos, seguido por títulos do Ziraldo e Mauricio de Sousa.
Em Ficção, os destaques foram para Essa gente (Companhia das Letras), de Chico Buarque; A vida invisível de Eurídice Gusmão (Companhia das Letras), de Martha Batalha, e Cancún (Companhia das Letras), de Miguel del Castillo.
Em Não Ficção, os títulos de maior saída foram 50 Anos de feminismo: Argentina, Brasil e Chile (Edusp), de Eva Blay e Lucia Avelar, que ganhou as primeiras posições do pódio ao lado de Escravidão (Globo Livros), de Laurentino Gomes. Logo na sequência, o destaque foi para Quem tem medo do feminismo negro (Companhia das Letras), de Djamila Ribeiro, também autora de outro sucesso de vendas: Pequeno manual antirracista (Companhia das Letras). Talita disse que os mexicanos que procuraram os livros no estande brasileiro pediam para ser atendidos em português e procuraram ainda clássicos da nossa literatura, como Machado de Assis, Euclides da Cunha, José de Alencar e Clarice Lispector.