Apanhadão: Pais ameaçam escola por conta de livro sobre as diferentes famílias
PublishNews, Redação, 16/12/2019
E mais: O surgimento de novas escritoras na Itália; editoras preparam livros infantis inspirados em Greta Thunberg; biblioteca da Casa da Leitura, no Rio, fecha por falta de bibiotecários

Dois mil e dezenove está acabando, mas ainda teve tempo para mais um caso de intolerância e censura na literatura. A coluna da Babel repercutiu a história de que uma escola em Santos foi ameaçada por pais ao adotar um livro sobre os diferentes tipos de família. O livro em questão é O grande e maravilhoso livro das famílias, de Mary Hoffman e Ross Asquith, publicado pela SM Educação e com quase 10 mil exemplares vendidos para escolas particulares e mais de 93 mil cópias para escolas públicas. Ele apresenta os vários formatos de famílias, homoafetivas, inclusive, e como elas se relacionam com questões cotidianas como moradia, alimentação, trabalho, etc. A escola confirmou as ameaças sofridas, como tirar a criança da escola, e disse que em mais de seis anos de adoção foi a primeira vez que isso aconteceu. O argumento central dos pais é que abordar esse tema é obrigação das famílias, e não da escola; que isso poderia incentivar a sexualização precoce das crianças e que professores poderiam tentar doutriná-las.

O Estadão fez uma matéria sobre o efeito de Elena Ferrante na Itália. A ascensão da autora a redescoberta de algumas grandes escritoras italianas do século passado incentivaram o surgimento de uma nova safra de mulheres escritoras e sacudiram o establishment literário do país. Por lá, a ficção literária sempre foi considerada ofício masculino e livros escritos por mulheres eram descartados e classificados como literatura para moças de baixa qualidade. Agora, com a ascensão de Ferrante, as escritoras italianas estão conquistando prêmios de prestígio, sendo traduzidas e com vendas substanciais dos seus livros. Para se ter uma ideia, nos últimos dois anos, romances escritos por mulheres representaram metade dos 20 sucessos de venda na Itália no campo da ficção - quase o dobro do porcentual de 2017.

O poder de Greta Thunberg. Chamada de “pirralha” por Bolsonaro e eleita pela Times como a personalidade do ano, a ativista sueca vai inspirar por aqui livros infantis. Segundo o Painel das Letras a Carochinha publica em janeiro o livro Greta e os Gigantes. Escrito por Zoë Tucker e ilustrado por Zoe Persico, o livro é uma aventura de ficção inspirada na adolescente de 16 anos e em sua luta contra as mudanças climáticas. Outras obras já estão nas livrarias. É o caso e A história de Greta (Sextante), publicado em novembro e Somos todos Greta (VR) que funciona como um manual para crianças com ações que ajudam a preservar a natureza.

A coluna também adiantou o prelo das editoras: A Dublinense irá publicar três livros do escritor português Afonso Cruz. Em abril, será a vez de Vamos comprar um poeta, depois saem A boneca Kokoschka e Nem todas as baleias voam. E o selo Minotauro, da Planeta, prepara para fevereiro, um livro com os quadrinhos do perfil do Instagram, Strange Planet.

N’O Globo, Ancelmo Gois contou que a Companhia das Letras lançou o audiolivro de A vida invisível de Eurídice Gusmão, de Martha Batalha. Quem narra o livro é a Carol Duarte, a atriz que interpreta a protagonista Eurídice no filme dirigido pelo Karim Aïnouz.

O "coleguinha" também noticiou que a Casa da Leitura, em Laranjeiras, que é ligada à Biblioteca Nacional, fechou sua biblioteca por falta de bibliotecários.

A mineira Isabela Freitas, uma das dez autoras de maior sucesso da Intrínseca, com mais de 1,5 milhão de exemplares vendidos, lançará em fevereiro seu novo livro, Não se humilha, não. Segundo Gois, a pré-venda começou na semana passada já com o pé direito. Foram cinco mil exemplares comercializados.

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[16/12/2019 10:00:00]