Nadando contra a maré
PublishNews, Redação, 21/11/2019
Para combater o ‘comércio predatório’, editores, distribuidores e livrarias criam instrumento de monitoramento de preços e descontos em livros vendidos pela internet

No início do mês, cerca de 50 empresas do ramo – entre editores, distribuidores e livreiros – se reuniram na sede da Câmara Brasileira do Livro (CBL) para discutirem soluções para “inibir os descontos abusivos no comércio on-line”. A reunião teve o apoio da própria CBL e da Associação Nacional de Livrarias (ANL).

Lá, foi apresentada uma planilha de monitoramento e captação de preços e descontos médios referente ao período de 26 a 31/10. Segundo informaram os organizadores, esse documento passará a ser produzido e acompanhado semanalmente.

O que a planilha mostra é o desconto médio oferecido pelas varejistas Amazon, Cultura e Saraiva aos 20 livros mais vendidos de 19 editoras. Elas foram classificadas em três grupos: Menores Descontos (Companhia das Letras, Nobel, Sextante, Panini, GEN e Intrínseca); Médios Descontos (Ciranda Cultural, Publifolha, Somos, Record, Alta Books, HarperCollins e Autêntica) e Maiores Descontos (Rocco, Planeta, Globo, Ediouro, LeYa e Gente).

A média de desconto ofertado ao consumidor final é de 33,54%. A Amazon, ausente da reunião, oferece descontos médios de 33,39%; a Saraiva, também ausente, 22,6% e Cultura, a única representada no encontro, 7,78%.

Da reunião, surgiu um documento com algumas conclusões e propostas de ações transcritas abaixo:

— O livro não deve ser banalizado. Ele tem um valor social e de entretenimento que não pode ser degradado e sua percepção de valor deve ser mantida.

— Pela análise da Planilha poderão ser destacadas as editoras que desenvolvem um varejo consciente.

— Caberá a cada envolvido com o varejo do livro on-line decidir qual será sua conduta comercial com aqueles que praticam a concorrência predatória.

— As livrarias devem ser valorizadas como ponto de encontro e espaço de entretenimento, onde os leitores sempre poderão ter experiências enriquecedoras.

— Será convocada uma nova reunião, em um prazo estimado de 90 dias, na qual as editoras trarão suas experiências e ações que visam o combate, de forma incisiva, ao comércio predatório.

Tags: ANL, CBL
[21/11/2019 09:30:00]