Apanhadão: Segundo deputada, ministro da educação quer dar nome de torturador à biblioteca
PublishNews, Redação, 28/10/2019
E mais: Biblioteca Nacional irá lançar portal de literatura infantil e juvenil; morre o cientista político Wanderley Guilherme; Feliciano nomeia afilhada como presidente da Casa Rui Barbosa

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, pretende barrar recursos destinados ao Campus Avaré do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), caso a instituição não mude o nome da recém-inaugurada biblioteca, chamada de Linda Bimbi, em homenagem à educadora italiana, pelo do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, condenado pela Justiça brasileira pela prática de tortura durante a ditadura militar. O portal Biblioo noticiou que a denúncia foi feita pela deputada Luiza Erundina (PSOL-SP) no último dia 22 no plenário da Câmara dos Deputados, sem especificar onde as declarações teriam se dado. Inaugurada no último mês de setembro, a Biblioteca Linda Bimbi foi erguida a partir de recursos de uma emenda parlamentar destinados ao Instituto pela própria Luiza Erundina, juntamente com o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).

A Biblioo procurou o Ministério da Educação (MEC) que, sem responder objetivamente sobre as declarações da deputada, disse, por meio de uma nota, que o orçamento de custeio das universidades e institutos de educação foi 100% descontingenciado, o que, segundo o Ministério, torna possível à instituição a utilização de todo o orçamento de custeio.

O Painel das Letras anunciou que em novembro, a Biblioteca Nacional irá lançar duas novas Brasilianas, páginas temáticas na internet que reúnem materiais da instituição e de parceiros. A primeira deve ser lançada em novembro e vai disponibilizar um acervo de literatura infantil e juvenil. Já no início de 2020 deverá entrar no ar uma Brasiliana cartográfica, com mapas da biblioteca e de outros órgãos ligados ao governo, caso do Itamaraty e da Marinha.

No prelo das editoras, a Companhia das Letras prepara para março de 2020, um livro do poeta negro Carlos Assumpção, de 92 anos; a obra Corpos que importam, de Judith Butler, ganhará uma nova edição em uma parceria entre a N-1 e a Crocodilo. E a obra The age of vice, uma das sensações da Feira de Frankfurt deste ano, foi adquirida pela Intrínseca. A ficção, que deve chegar às livrarias daqui em 2021, foi escrita pela indiana Deepti Kapoor e gira em torno dos Wadis, uma família meio mafiosa.

E faleceu no sábado, no Rio, o cientista político Wanderley Guilherme, fundador do Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro (Iuperj) e ex-diretor da Casa Rui Barbosa. Ele estava com 84 anos. Aos 27 anos, ele publicou o ensaio denominado Quem dará o golpe no Brasil?, e com o texto de apenas 52 páginas entrou para os anais da Ciência Política brasileira como o primeiro pesquisador a antecipar o golpe civil-militar que derrubaria o governo de João Goulart dois anos depois. Segundo O Globo, desde cedo, ele pavimentou uma carreira marcada pelos estudos sobre o acidentado processo democrático no Brasil e sua relação com a massa de eleitores. Wanderley faleceu por conta de uma pneumonia.

E por falar na Casa Rui Barbosa, o deputado Marco Feliciano nomeou sua afilhada, Letícia Dornelles, como presidente da instituição. Os servidores haviam indicado a filóloga Rachel Valença, que dedicou 33 anos à fundação, mas Feliciano tomou outra decisão. Autora de novelas do SBT e da Record, Letícia quer ser conhecida como “embaixadora da cultura no Rio”. “Queriam achar uma função pra mim em Brasília. Aí eu falei: ‘Não, deixa eu ficar no Rio’. A fundação foi o que encontramos para eu poder ajudar”, disse ao colunista d’O Globo, Bernardo Mello Franco, na última sexta-feira. A nomeação de Letícia chocou os servidores da fundação, que sempre tiveram chefes de perfil acadêmico.

Na última sexta, Margaret Atwood – que venceu este mês o Booker Prize junto com Bernardine Evaristo – foi homenageada pela Rainha Elizabeth no Castelo de Windsor. Margaret se tornou membro da Ordem de Companheiros de Honra por seus serviços à literatura. A autora canadense de 79 anos, que escreveu o romance distópico best-seller O conto da Aia, de 1985, disse ter ficado “comovida” ao receber a homenagem da rainha Elizabeth, de 93 anos.

A comunidade Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, vai ganhar uma biblioteca. A ideia é de Raíssa Luara de Oliveira, de 12 anos, que visitou a Bienal do Rio e decidiu montar sua própria biblioteca para as crianças da comunidade. Segundo o G1, a jovem lançou uma campanha na internet e conseguiu mais de dois mil livros doados e alguns móveis, em menos de 20 dias. A Mundo da Lua estará pronta em poucos dias para receber os leitores da comunidade.

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[28/10/2019 08:00:00]