Diante da evidente impossibilidade de implementação desta meta, o projeto de lei (PL) de autoria da deputada Carmen Zanotto (Cidadania / SC) e da ex-deputada Laura Caneiro (DEM / RJ) modifica o conceito de biblioteca escolar; adia para 2024 o prazo para consolidação da meta e ainda cria o Sistema Nacional de Bibliotecas Escolares (SNBE).
A Lei em vigência entende por biblioteca escolar “a coleção de livros, materiais videográficos e documentos registrados em qualquer suporte destinados a consulta, pesquisa, estudo ou leitura”. Pelo texto aprovado na CCJC, biblioteca escolar passa a ser “equipamento cultural obrigatório e necessário ao desenvolvimento do processo educativo”, que tem entre os seus objetivos os de disponibilizar e democratizar a informação e o conhecimento nos mais diversos suportes; promover as habilidades; constituir-se como espaço de recursos educativos e apresentar-se como espaço de estudo, encontro e lazer.
Se a lei atual prevê um acervo obrigatório de, no mínimo, um título para cada aluno matriculado; a proposta que está em tramitação quer criar o Sistema Nacional de Bibliotecas Escolares (SNBE), que ficaria com a função de definir a obrigatoriedade de um acervo mínimo, a partir do número de alunos matriculados. Entre os outros objetivos do SNBE estão: desenvolver atividades de treinamento e qualificação de recursos humanos para o funcionamento adequado das bibliotecas escolares; integrar todas as bibliotecas escolares do país, via internet e estabelecer parâmetros mínimos para a instalação física das bibliotecas.
Com a aprovação na CCJC, termina a tramitação do PL na Câmara. Agora, a matéria segue para o Senado, que deverá apreciá-la antes de enviar para a sanção presidencial.
Enquanto isso no Rio de Janeiro
Também na semana passada, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro realizou audiência pública para debater estratégias para cumprir a meta das leis 12.244/2010, em âmbito federal; e a 7.383/2016, de caráter estadual. Segundo informações prestadas pelo assessor da Superintendência Pedagógica da Secretaria de Estado da Educação, Rogério Moura, o estado fluminense hoje conta com 919 bibliotecas para 1.222 escolas. Entre as propostas que apareceram na audiência pública esteve a inclusão de uma emenda na Lei Orçamentária Anual destinando verba para a criação e manutenção de bibliotecas em espaços escolares.