Em funcionamento desde 2017, a loja de livros digitais da Microsoft será descontinuada agora no início do mês de julho. Desde abril a loja já não fazia novas vendas e, de acordo com comunicado emitido pela empresa, as bibliotecas serão apagadas e os usuários, que não terão mais acesso aos livros, serão reembolsados pelos livros comprados. Aqueles que tenham feito anotações e marcações em seus livros digitais terão um reembolso extra de US$ 25.

Diferentemente dos principais concorrentes (no Brasil, a Amazon, a Kobo e o Lev são os principais), a Microsoft nunca desenvolveu um app de leitura e os livros eram abertos diretamente nos navegadores. Especialistas colocam nesse fato a razão de o negócio de e-books nunca ter conquistados grandes passos na plataforma.

A suspensão da loja de e-books da Microsoft trouxe à tona novamente as discussões sobre o que o consumidor compra quando adquire um livro digital. Diferentemente do livro físico, que o comprador leva para casa um objeto, com o livro digital, o leitor compra uma licença, como explica tintim por tintim o nosso colunista Gustavo Martins de Almeida nesse artigo.

O assunto está longe de ser novo. Em 2009, o Kindle cancelou a licença de leitura de 1984, clássico de George Orwell, por conta de um desacordo com os detentores dos direitos da obra. Por aqui, também, por ocasião da suspensão das atividades da Xeriph, os usuários passaram a acessar seus livros digitais pelo ecossistema da Amazon.