PRH revela que injetou € 10 milhões na Companhia das Letras antes de assumir o seu controle acionário
PublishNews, Redação, 18/04/2019
Em relatório recente, empresa diz que essa perda se deu devido à ‘dificuldade econômica em curso no Brasil’

Recentemente, a Pearson tornou público um longo relatório com os seus resultados anuais. Dentro desse extenso documento, há uma parte específica sobre a Penguin Random House (PRH), marca da qual a Pearson é sócia ao lado da Bertelsmann. O documento revela que, em 2017, a PRH registrou uma perda de 10 milhões de euros (cerca de R$ 39,6 milhões considerando a cotação de 29 de dezembro de 2017) “devido à dificuldade econômica em curso no Brasil”. É importante notar que essa perda foi registrada antes do aumento da sua participação no Grupo Companhia das Letras, ocorrido em outubro passado.

Esse socorro de 2017 pode ter pavimentado o caminho para que o grupo internacional assumisse, em outubro do ano seguinte, o controle acionário da empresa brasileira, aumentando a sua participação de 45% para 70%. A Companhia das Letras é uma das maiores credoras da Livraria Cultura e da Saraiva, ambas em processo de recuperação judicial. A cifra total dos valores devidos à editora é de R$ 26,4 milhões.

Se o socorro por aqui foi fundamental para o Grupo Companhia das Letras enfrentar a tormenta, não fez cócegas no caixa da Penguin Random House que apurou receitas de 3,13 bilhões de euros, sendo 2,1 bi na sua operação nos EUA, 365 milhões de euros no Reino Unido e 659 milhões em outros países onde o grupo tem negócios. Os lucros antes de juros e impostos (EBIT) foi de 395 milhões de euros.

Em nota enviada à redação posteriormente à publicação desta matéria, a Companhia das Letras diz que "não houve aporte de 10 milhões de euros por parte da Penguin Random House na editora, em 2017".

Esclarece também que o aumento de participação acionária da PRH na casa editorial brasileira estava previsto desde 2012, quando a mesma adquiriu 45% da Companhia das Letras, e que 2018 era o último ano para que exercesse a opção de compra do controle acionário.

Por fim, a empresa informa que os novos acionistas – Penguin Random House e família Schwarcz – decidiram, em comum acordo, em dezembro de 2018, fazer um aporte na editora para que essa continuasse a ter um caixa saudável, possibilitando investimentos necessários para a melhoria e continuidade de crescimento de suas atividades."


Atualização em 18/04/2019

[18/04/2019 10:38:00]