A OS é também responsável pelo gerenciamento do Sistema Estadual de Bibliotecas (SisEB). Neste caso, a nota diz que “deixará de apoiar cerca de 200 municípios com a distribuição de acervos, publicações e do programa Viagem Literária” e que cerca de 300 profissionais de bibliotecas deixarão de receber capacitação. Por fim, o Prêmio São Paulo de Literatura não terá recursos para a sua programação cultural e nem para a cerimônia de entrega.
A Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas da Informação e Instituições (Febab) também emitiu nota em que diz que acompanha a situação com “enorme apreensão”. “Esperávamos ver, de um governo que se propõe a impulsionar a cultura por entendê-la como motor da economia criativa, o apoio concreto a um modelo tão vencedor como é o da BSP e da BVL, e o incremento do investimento nas ações do SisEB pela enorme capacidade de atendimento à população, e não seu contínuo enxugamento como vem sendo proposto”, diz a nota.
A Poiesis, que gerencia equipamentos que compõem a Rede de Museus-Casas Literários de São Paulo (Casa das Rosas, Casa Guilherme de Almeida e Casa Mário de Andrade) disse que é real a pressão do corte sobre as suas atividades, que está em negociação com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa e que estuda “mudanças que vão ser necessárias para ajustar o Plano de Ação com o volume dos recursos” que será destinado pela pasta.
Nesta segunda-feira (08), acontece uma reunião em que estarão na mesma mesa a Secretaria de Cultura e Economia Criativa e a Associação Brasileira de Organizações Sociais de Cultura (Abraosc) para tratar do tema. A entidade estima corte de R$ 127 milhões nos orçamentos das OSs, que poderá prejudicar ou inviabilizar projetos como a Pinacoteca, Theatro São Pedro, São Paulo Companhia de Dança, Museu da Casa Brasileira, Museu do Futebol, além dos já citados nesta matéria.
A Abraosc estima ainda que mais de 60 mil pessoas deixarão de ser atendidas em atividades educativas dos projetos e que mais de mil funcionários serão demitidos, entre professores, arte-educadores, bailarinos, músicos, cantores, produtores e equipes técnicas. A entidade prevê que os programas mantidos pela Secretaria impactaram 13 milhões de pessoas no ano passado. Caso o contingenciamento chegue a esses equipamentos, a associação prevê redução de pelo menos 25%, com consequências negativas também para o turismo no Estado.
O orçamento da pasta da Cultura e Economia Criativa representa 0,35% do orçamento do Estado e tem previsão orçamentária de R$ 647,2 milhões. Com os cortes, o orçamento foi reduzido para R$ 498,7 milhões.
Atualização: Em vídeo publicado em suas redes sociais depois do fechamento desta edição, o governador João Dória assegurou a manutenção de programas da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. Leia mais clicando aqui.