São as histórias desses ritmos que conduzem a narrativa de seu terceiro livro, Também os brancos sabem dançar (Todavia), o único publicado no Brasil e que aborda a imigração africana na Europa.
“O Kalaf Epalanga tem uma prosa deliciosa, cujo ritmo parece conter toda sua capacidade musical. Ele faz uma ficção que aborda, além da história da música que ele ajudou a levar para o mundo, temas importantes como identidade, imigração africana em Portugal, e a condição da Europa hoje. Além de tudo isso, tem uma relação afetiva e formativa com a cultura brasileira”, explica Fernanda Diamant, curadora do Programa Principal da Flip.
O romance Também os brancos sabem dançar surgiu a partir de um encontro literário no festival Back to Black, em 2015. Ao assistir Epalanga contar à plateia a história do kuduro, o escritor José Eduardo Agualusa sugeriu que ele deveria escrever a biografia do gênero musical. Na volta a Lisboa, e inspirado por Carnaval no fogo (Companhia das Letras), de Ruy Castro, o escritor deu início à obra, que mistura autobiografia e ficção.
Além de Kalaf Epalanga, a Flip já havia anunciado a participação de Kristen Roupenian, autora de Cat person, e Walnice Nogueira Galvão, especialista em Euclides da Cunha, o homenageado desta edição.