Em recuperação judicial, Saraiva fecha janeiro no vermelho
PublishNews, Redação, 08/03/2019
Relatório publicado pelo administrador judicial aponta que receitas desabaram na comparação com igual período do ano passado o que redundou em prejuízo de R$ 10,6 milhões

A Saraiva tornou público, em seu site de relacionamento com os investidores, o relatório de seu desempenho no mês de janeiro. Realizado pela Lucon Advogados, o escritório de administração judicial responsável recuperação da companhia, o documento aponta que as receitas líquidas da Saraiva despencaram, mesmo no período de volta às aulas, tradicionalmente forte para o setor.

Em janeiro passado, as vendas líquidas da empresa foram de R$ 75,9 milhões ante os R$ 211,6 milhões apurados em igual período de 2018, o que representou queda de 64%. O relatório aponta que uma das razões para essa queda foi a descontinuidade da categoria eletrônicos e informática, abandonada pela Saraiva no último outubro. As categorias descontinuadas responderam por 32% da queda das vendas de janeiro em relação a 2018 e nas categorias core (livros, papelarias etc) a queda foi de 57% (conforme mostra o gráfico abaixo).

“Além desse fator, a companhia tem realizado ajustes na operação de e-commerce, com impactos negativos nas vendas por meio desse canal”, disse o relatório. “A partir do pedido de Recuperação Judicial, segundo a companhia, houve redução no abastecimento de livros nas lojas físicas, resultando também em prazos maiores para atendimento de pedidos de livros no canal e-commerce. Esse fato gerou impacto negativo na percepção dos clientes e vem prejudicando as vendas da Companhia no mês de janeiro de 2019”, continuou.

Com a queda das vendas, veio o prejuízo que somou R$ 10,6 milhões em janeiro. Em igual mês de 2018, esse índice era positivo representando lucro de R$ 5 milhões. O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no período foi negativo em R$ 4,2 milhões. Em 2018, a cifra era positiva em R$ 14,6 milhões.

Em dezembro, a empresa já tinha apresentado prejuízo líquido de R$ 106,9 milhões, conforme reportou o administrador judicial.

No entanto, a varejista conseguiu reduzir suas despesas operacionais em 38,9%. Neste sentido, destaca-se uma redução de 32,2% na folha de pagamentos de pessoas da empresa; 35,3% nos alugueis (fechamento de lojas deficitárias); 51,2% em logística (em consequência das quedas nas vendas) e 58,8% em TI. Esse movimento redundou em aumento de 2 pontos percentuais na sua margem bruta.

[08/03/2019 09:38:00]