O que, no entanto, alega o Itaú é que esse dinheiro foi usado em pagamentos não essenciais, incluindo transferência de valores a executivos e conselheiros. Se comprovado, esse fato pode caracterizar favorecimento a esses credores, o que é vedado pela legislação, com previsão de pena de reclusão e multa. Segundo o Itaú, uma cifra que beira R$ 1 milhão teve sua destinação não comprovada e questiona ainda gastos realizados por meio de cartões corporativos.
Já Bradesco e Banco do Brasil fizeram questionamentos que permanecem sob segredo de justiça, mas também questionam, segundo apurou a Folha, a essencialidade dos gastos feitos pela livraria.
À Folha, a Cultura afirmou que as alegações do Itaú não estão corretas e não procedem. Disse ainda que os pagamentos foram apresentados detalhadamente ao juiz. “O que o Itaú está chamando de pró-labore de diretores é o pagamento de salário de todos os funcionários”, disse a livraria à Folha.
Sacramone não atendeu o pedido do Itaú de travar as contas da Cultura, mas ordenou à recuperanda a apresentação de todos os extratos bancários e marcou audiência de conciliação para o próximo dia 29.
Procurada, via assessoria de imprensa, a Cultura não se manifestou até o fechamento desta edição.