O ano foi dos livros da Autoajuda
PublishNews, Redação, 03/01/2019
28% das vendas apuradas pelo PublishNews foram em autoajuda. Infantojuvenil aparece em segundo, com 21%; Ficção, com 19%, Negócios, com 17%, e Não Ficção, com 15%

Dois mil e dezoito já virou história e agora pode ter uma lista definitiva dos mais vendidos. Como já havia sido adiantado na última edição do ano passado, o livro mais vendido do ano foi A sutil arte de ligar o foda-se (Intrínseca), de Mark Mason. Foram 439.251 exemplares vendidos. Ele é seguido pelo “livrão” de Luccas Neto. As aventuras na Netoland (Pixel / Ediouro) teve 377.036 cópias vendidas ao longo do ano passado. Em terceiro lugar, ficou O milagre da manhã (BestSeller / Record), de Hal Elrod, com 189.595 cópias vendidas.

A última lista semanal de 2018 veio com crescimento de 66% em cima da semana anterior. O crescimento foi significativo em todas as categorias: Ficção (65%), Não Ficção (66%), Autoajuda (63%), Infantojuvenil (77%) e Negócios (60%). Deu tempo até de dar as boas-vindas a dois novos títulos: Meu plano perfeito (Thomas Nelson Brasil / HarperCollins), em Autoajuda, e Coleção Livros de colorir – Reino Selvagem + Segredos de Paris (Sextante), em Não Ficção.

A autoajuda, o foda-se e o poder

Durante todo o ano, as livrarias que compõem a lista dos mais vendidos do PublishNews reportaram a venda de 5,7 milhões de exemplares vendidos. Desses, 1,6 milhão estavam categorizados em Autoajuda. Como se vê no gráfico abaixo, isso é 28% do total de exemplares vendidos ao longo de 2018. Chamam a atenção – além dos dois primeiros da lista, A sutil arte de ligar o foda-se e O milagre da manhã, que coincidem com os dois primeiros lugares da Lista Geral – os livros de líderes religiosos, como é o caso do padre Reginaldo Manzotti e do guru Sri Prem Baba que emplacaram dois títulos na Lista Anual. Outro destaque foi a palavra poder. Dos 20 títulos que compõem a categoria, quatro trazia o verbete no título: O poder do hábito (Objetiva), O poder do agora (Sextante), Desperte seu poder (Buzz) e O poder do subconsciente (BestSeller). A Sextante liderou a categoria, com 21 títulos. Em segundo lugar ficaram empatadas Gente e Planeta, com 10 títulos cada. O bronze ficou com o Grupo Editorial Record que emplacou cinco títulos na categoria ao longo do ano passado.


A garotada também fez bonito

A segunda categoria com maior importância foi a Infantojuvenil, com 1,2 milhão de exemplares vendidos, ou 21% dos números gerais. Aqui o destaque, é claro, vai para os irmãos Neto, que emplacaram três títulos na categoria. Sozinhos, eles venderam 562.664 exemplares em 2018. A categoria foi fortemente influenciada pelas redes sociais e pelos produtos audiovisuais. Prova disso – além dos irmãos Neto – foi a presença de títulos como Extraordinário (Intrínseca), de R. J. Palácio, que virou filme na virada de 2017 para 2018, se manteve na lista durante todo o ano e fechou na posição de número três da lista; A parte que falta (Cia das Letrinhas), que explodiu de vender depois de ser indicado pela youtuber Jout Jout em fevereiro; Planeta das gêmeas (Astral Cultural), a partir do canal das irmãs Melissa e Nicole; Para todos os garotos que já amei (Intrínseca), livro de Jenny Han, que emplacou outros dois títulos na lista; A barraca do beijo (Astral Cultural), de Beth Reekles e Com amor, Simon (Intrínseca), de Becky Albertalli. Esses três últimos, também vertidos em filme. A categoria é liderada pela Ciranda Cultural, que emplacou 48 títulos. Alto Astral ficou em segundo lugar, com 12 e Intrínseca, em terceiro, com dez.

Poesia de redes sociais domina a lista de Ficção

As redes sociais também impactaram a Lista de Ficção em 2018. O coletivo Textos Cruéis Demais para serem Lidos Rapidamente usou seus perfis no Facebook e Instagram para disseminar “conteúdo extenso, profundo e extremamente poético”. A partir desses canais, nasceu o livro que lidera a categoria, com 110.232 exemplares vendidos em 2018. Outros destaques da categoria também vieram das redes sociais. É o caso de Rupi Kaur, de Outros jeitos de usar a boca e O que o Sol faz com as flores (ambos publicados pela Planeta); e de @akapoeta, autor de O livro dos ressignificados (Paralela). A lista trouxe também velhos conhecidos na categoria. É o caso de Jojo Moyes, que emplacou Ainda sou eu (na segunda posição) e Depois de você, ambos publicados pela Intrínseca; de Dan Brown, dono da terceira posição, com Origem, e John Green, que colocou Tartarugas até lá embaixo (Intrínseca), na posição de número cinco. A Sextante lidera a categoria, com 22 títulos emplacados ao longo do ano. A Intrínseca ficou com a prata, com 20 e o Grupo Companhia das Letras, com o bronze, com 12 títulos.

Seja foda e tenha o poder nos Negócios

No ranking das categorias, Negócios ocupa a posição de número quatro, com 961 mil exemplares vendidos ao longo do ano. Isso representa 17% do total de vendas. A categoria é liderada por Seja foda! (Buzz), com 165,5 mil exemplares vendidos ao longo do ano. Mas quem chama a atenção é Paulo Vieira, que emplacou quatro títulos na lista: O poder da ação, O poder da autorresponsabilidade, Poder e autoperformance, além do box que reúne quatro títulos do autor. Juntos, eles venderam 323.283 exemplares ao longo de 2018, ou seja, quase um terço dos livros vendidos na categoria pertencem ao autor. A categoria trouxe ainda clássicos do segmento, como é o caso de Os segredos da mente milionária (Sextante), Pai rico, pai pobre (Alta Books), O monge e o executivo (Sextante), Quem pensa enriquece (Fundamento) e Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes (BestSeller). A categoria é liderada pela Gente, que emplacou 33 títulos ao longo de 2018. A Sextante aparece na sequência, com 18, e a Buzz, em terceiro, com sete.

O repeteco na Não Ficção

No ano passado, Yuval Noah Harari abriu uma brechinha na sua agenda para gravar um simpático vídeo em que agradecia à equipe da L&PM pelo trabalho feito pela promoção do seu livro Sapiens, que fechou 2017 em primeiro lugar da categoria Não Ficção. Pode ser que ele tenha que fazer isso de novo. É que o mesmo livro é o campeão de Não Ficção de 2018, com 141.825 cópias vendidas. Ele, a propósito, emplacou outros dois títulos na Lista Anual de Não Ficção: Homo Deus e 21 lições para o Século 21, ambos publicados pela Companhia das Letras. Quem também emplacou livros quase que no atacado na lista foram Mario Sergio Cortella, que aparece na lista em quatro títulos, e Leandro Karnal, em três. A lista traz ainda clássicos como O diário de Anne Frank (Record) e novidades como foi o caso de Aprendizados (BestSeller), lançado pela top model Gisele Bündchen há dois meses. A categoria é liderada pelo Grupo Companhia das Letras, com 15 títulos. A Planeta ficou em segundo, com 11, e a Sextante, em terceiro, com 10.

[03/01/2019 12:08:00]