Sweek conquista 100 mil usuários nos países de língua portuguesa
PublishNews, Redação, 22/10/2018
Lançada na Holanda em outubro de 2016, a plataforma gratuita de leitura e escrita alcançou o marco de 100 mil usuários no mercado lusófono; 86% deles estão no Brasil

Quando perceberam que os hábitos de leitura mudavam rapidamente (a transformação da leitura de um ato solitário em uma atividade social é a prova cabal disso), a russa Veronika Kartovenko e os holandeses Sabine van der Plas e Peter Paul van Bekkum lançaram, em outubro de 2016, o Sweek, uma plataforma que coloca na mesma página autores, leitores, histórias e interações. Nesses dois anos de vida, o aplicativo, que tem suas versões para iOS e Android, foi traduzido para 14 idiomas, conquistou um milhão de usuários e o que se viu foi uma crescente presença e participação de usuários de língua portuguesa. Hoje são mais de 100 mil, sendo que 86% deles estão no Brasil e a plataforma já contabiliza mais de 21 mil histórias e mais de 53 mil capítulos em português.

Veronika Kartovenko e Sabine van der Plas, idealizadoras do Sweek | © Divulgação
Veronika Kartovenko e Sabine van der Plas, idealizadoras do Sweek | © Divulgação
Os idealizadores acreditam que, com a plataforma, eles vão conseguir estimular a leitura e a escrita em uma escala global e eles já conseguiram identificar algumas tendências. Os usuários, na sua grande maioria, jovens leitoras, preferem narrativas curtas e sequenciais, que podem ser compartilhadas com família e amigos. Outra coisa que estimula os usuários é a possibilidade de interagir com os autores, tornando, de alguma forma, parte da criação literária.

A plataforma também serve de vitrine para jovens talentos da escrita. Na última Bienal de São Paulo, por exemplo, lançou, junto com a Editora Rico, o livro #OrgulhoDeSer, coletânea que reuniu textos de temática LGBT de oito autores, quatro deles descobertos pelo Sweeek. Realizou também um concurso também com o #LeiaMulheres que recebeu mais de 840 histórias. Três delas serão lançadas em livros pela Pólen Livros.

A brasileira Larissa Drumond faz parte do time do Sweek na Holanda. Ela foi uma das convidadas do último InterLivro, programação realizada pelo PublishNews dentro da Bienal de SP | © Talita Facchini
A brasileira Larissa Drumond faz parte do time do Sweek na Holanda. Ela foi uma das convidadas do último InterLivro, programação realizada pelo PublishNews dentro da Bienal de SP | © Talita Facchini
Mas mais do que isso, o Sweek quer oferecer parte desse seu know how para editores, mostrando a eles essas tendências em detalhes, ajudá-los a encontrar novos nomes da literatura nacional e, com isso tudo, estabelecer novos diálogos com usuários. “O Sweek nasceu para ser uma plataforma facilitadora dessas tendências, promover uma mudança na natureza solitária do processo de escrita e leitura, e descobrir os próximos grandes nomes da literatura. Consequentemente, as editoras podem se beneficiar da ferramenta, encontrando talentos que já possuem um alto número de seguidores nas redes sociais e uma base de fãs fiel”, defendeu Larissa Drumond gerente de Marketing e Desenvolvimento de Negócios do Sweek no mercado brasileiro.

Uma das possibilidades de cooperação entre editores é a realização de concursos literários, um modelo que já foi experimentado (além da Rico e Pólen no Brasil) por casas como Penguin Random House, Carlsen e Ravensburger Verlag, essas duas da Alemanha.

Funciona assim, a editora e o Sweek formatam o concurso, delimitando assuntos, tags, gênero literário; nomeando um corpo de jurados; estabelecendo qual será o prêmio e, a partir disso tudo, criam um regulamento que é divulgado em redes sociais, base de dados do próprio Sweek, além de comunidades de influenciadores naquele segmento. Os usuários submetem seus trabalhos via plataforma que podem passar por uma fase de votação aberta, que funciona como uma espécie de peneira para que o júri possa escolher os trabalhos vencedores. Em geral, esses trabalhos são transformados em livros.

O #OrgulhoDeSer, por exemplo, se tornou um case mundial do Sweek. As 840 histórias submetidas ao concurso foram lidas mais de 75 mil vezes e receberam 32 mil interações antes mesmo de se tornar um livro. Quer dizer, quando o livro chegou, já tinha uma legião de fãs interessados na obra. É ou não é um grande adianto?

[22/10/2018 09:17:31]