Uma outra Idade Média
PublishNews, Redação, 03/07/2018
Historiador francês convida o leitor a visitar uma outra Idade Média, fascinante, contraditória e cheia de alertas e sugestões para os tempos presentes

O que um estudioso da Idade Média poderia ter a dizer sobre a revolta? Nada ou muito pouco, à primeira vista: a época medieval não é, justamente, uma idade de trevas, feita de crença cega e opressão brutal? Mas, sendo assim, como explicar o fascínio juvenil que ela continua a nos inspirar? Os castelos e igrejas, símbolos de poder temporal e espiritual, certamente não bastariam, como observa Patrick Boucheron nesta conferência irresistível sobre Como se revoltar? (Editora 34, 64 pp, R$ 34). Se a Idade Média nos acompanha desde a escola e não cessa de irrigar nosso imaginário adulto, isso se dá na exata medida em que ela é pródiga de figuras irreverentes e rebeldes, numa gama que vai do bobo da corte ao cavaleiro solitário, de Robin Hood a Ivanhoé, do herege ao camponês revoltado. Recontando algumas dessas histórias e lançando uma luz surpreendente sobre seus personagens, o historiador francês convida o leitor a visitar uma outra Idade Média, fascinante, contraditória e cheia de alertas e sugestões para os tempos presentes — pois, para Boucheron, “a história é uma arte da emancipação”.

[03/07/2018 07:00:00]