Varejo de livros fecha 1º semestre no azul
PublishNews, Leonardo Neto, 03/08/2017
Segundo dados do Painel das Vendas de Livros no Brasil, vendas de livros cresceram 5,47% em volume e 6,59% em faturamento na comparação com o 1º semestre de 2016

Depois de um ano, o de 2016, muito ruim, o varejo de livros vive uma relativa recuperação em 2017. O fechamento dos dados referentes ao primeiro semestre e apurados pelo Painel das Vendas de Livros no Brasil mostram uma luz no fim do túnel. Na semana passada, dentro da programação da Casa PublishNews, Marcos da Veiga Pereira, presidente do SNEL – entidade que encomenda o Painel à Nielsen – brincou que torcia que essa luz no fim do túnel não fosse outro trem vindo na direção contrária.

Ismael Borges, da Nielsen, Mariana Bueno, da Fipe, e Marcos Pereira, do SNEL, na mesa 'Estatística também é literatura', que esmiuçou os números do mercado e fez parte da programação da Casa PublishNews em Paraty | © Julio Vilela
Ismael Borges, da Nielsen, Mariana Bueno, da Fipe, e Marcos Pereira, do SNEL, na mesa 'Estatística também é literatura', que esmiuçou os números do mercado e fez parte da programação da Casa PublishNews em Paraty | © Julio Vilela

E não deve ser mesmo. O varejo de livros vem em um ritmo de recuperação desde janeiro. No acumulado do ano, as vendas em livrarias, supermercados e lojas de autoatendimento monitoradas pela Nielsen cresceram 6,59% em faturamento, saltando de R$ 873.984.770,73, em 2016, para R$ 931.608.130,90, em 2017. Esse índice está acima da inflação acumulada nos últimos 12 meses que é projetada em 4,40%. Em volume, o crescimento foi de 5,47%, saltando de 20.923.476 unidades vendidas em 2016, para 22.067.604, em 2017.

Faturamento do varejo de livros cresceu acima da inflação no primeiro semestre de 2017 | © Divulgação / Livraria Cultura
Faturamento do varejo de livros cresceu acima da inflação no primeiro semestre de 2017 | © Divulgação / Livraria Cultura

Na comparação mês a mês, o faturamento apurado com as vendas de livros cresceu 5,01% entre os dias 19 de junho e 16 de julho, na comparação com mesmo período de 2016, perfazendo R$ 108.543.450,12 ante os R$ 103.366.472,46 contabilizados em 2016. Em volume, as vendas saltaram de 2.810.946, em 2016, para 2.936.252: crescimento de 4,46%.

Sempre importante ressaltar que os crescimentos apresentados pelo Painel têm como base o ano de 2016, que foi realmente muito ruim para o varejo de livros no País.

Quanto aos gêneros, destaque para o de Não Ficção Trade, que ganhou importância em faturamento, de 1,18 ponto percentual, e acumula um resultado expressivo no ano. Em valor, o crescimento acumulado nesse segmento, que inclui as biografias, autoajuda, religiosos, livros de gastronomia, etc, foi de 12,18%, saltando de R$ 196.821.370,37, em 2016, para R$ 220.791,127,02, em 2017.

Como tudo é relativo nessa vida, é importante dar um passo para trás e observar que, em 2015, esse segmento ganhou musculatura com os livros de colorir. Em 2016, os livros de Não Ficção Trade saíram da academia e perderam muito da massa muscular adquirida em 2015. Entre 2015 e 2016, esse segmento perdeu 22,2% em importância –- participação em faturamento x mercado total --, como se vê no 7º Painel de 2016.

Ou seja, a ascensão de livros como Batalha espiritual (Petra), O mundo de Larissa Manoela (HarperCollins), Rita Lee – uma autobiografia (Globo), todos campeões de vendas em 2017 e catalogados em Não Ficção Trade pela Nielsen, não foram suficientes ainda para bater o fenômeno dos livros de colorir de 2015.

Para conferir a íntegra do Painel, clique aqui.

[03/08/2017 11:25:00]