“No entanto, quando esses dados gerais são analisados em detalhe, o que se vê é que o aumento das vendas é devido às vendas de livros didáticos e não de livros ‘trade’”, aponta o colega. Esse segmento (literatura, não ficção, etc) permaneceu estável, enquanto que o mercado de literatura infantojuvenil teve uma queda de 5%.
Celaya lembra que o último bom ano do mercado espanhol foi 2008. “De 2009 a 2015, mais de 600 milhões de euros simplesmente desapareceram da indústria editorial espanhola. Isso por conta da grave crise financeira pela qual o país passou”, aponta.
Digital
O livro digital foi o único motor de arranque do setor editorial em 2016, segundo disse Celaya. “Todos esperam ver as vendas de livros digitais finalmente alcançassem os dois dígitos em 2016. Em 2015, esse segmento representou algo em torno de 6% das vendas. Em 2016, as vendas devem alcançar os 10%”, conjectura. Celaya evidencia ainda uma peculiaridade do mercado de livros digitais da Espanha: a maioria dos editores apontam que mais de 60% das suas vendas digitais são realizadas fora da Espanha (50% na América Latina, 20% nos EUA e 10% no resto da Europa).
Mais vendidos
A lista de mais vendidos na Espanha foi liderada em 2016 por Fernando Aramburu, com o livro Patria (Planeta). Na sequência aparecem: El labirinto de los espíritus (Planeta), de Carlos Ruiz Zafón; Todo esto te daré (Planeta), de Dolores Redondo; Falcó (Penguin Random House), de Arturo Perez-Reverte; Los herdeiros de la terra (Penguin Random House), de Idelfonso Falcones; Animales fantásticos y donde encontrarlos (Salamandra), de J.K. Rowling; Manual para mujeres de la limpeza (Penguin Random House), de Lucia Berlin; Harry Potter y el legado maldito (Salamandra), de J.K. Rowling; Tú no eres como otras madres (Errata Naturae Editores), de Angelika Schrobsdorff, e El asesinato de Sócrates (Planeta), de Marcos Chicot.