E o telefone toca 3
PubishNews, Marisa Moura, 24/02/2016
Terceira vez que o "telefone toca" na agência fictícia criada por Marisa Moura. Quem está do outro lado da linha dessa vez?

Desde o fim de 2015, Marisa Moura tem contado a história de uma pessoa que, misteriosamente, atende o telefone de uma agência literária. Não é o agente, mas é alguém que dá dicas, sugere novos rumos para a história e ganha a confiança dos seus interlocutores. Na coluna desse mês, quem está do outro lado da linha é uma escritora que tem um arrasa-quarteirão, com potencial para TV e cinema. Relembre as colunas anteriores clicando aqui.

— Agência...

— É da agência literária?

— Sim senhora.

— Posso me apresentar.

— Sim.

— Eu sou escritora, já fiz mais de 100 cursos em São Paulo, Rio e até Recife.

— Você gosta de curso.

— E também sei bastante sobre capa, projeto gráfico, ISBN, diagramação, revisão, preparação do texto ao livro, ficha de catalogação...

— Tudo isso?

— Entendi que era importante. Principalmente, agora, que o cinema e a televisão tem mudado a ordem das ações nos romances...

— Ah, você também gosta de história de amor?

— Gosto, mas entendo que elas estão mais aceleradas com as redes sociais e a conexão ao mundo via internet.

— Em que posso ajudar?

— Gostaria de conhecer e mostrar meus projetos para a você?

— Você escreve, então?

— Sim tenho várias escaletas. Gostaria da opinião dela. Todas voltadas para o público jovem adulto, no formato bem parecido com diário de meninas de 10 anos e seus problemas existenciais.

— E texto pronto para ser publicado, você também tem?

— Justamente sobre isso que gostaria de conversar pessoalmente com você.

— Mas eu não sou agente.

— Não?

— Não. Trabalho aqui com faxi.

— Você quem marca o horário entre agente e eu?

— Só quando você tiver um texto pronto para publicar, e que seja muito boa a sua história, porque coisas ruins chegam em pacotes aqui.

— Bip, bip e bip. Só desligando na cara dessa tal faxi, para não ser mais estúpida do que ela.

[24/02/2016 19:57:06]