Brincadeira de criança, como é bom!
PublishNews, Leonardo Neto, 26/03/2014
Cortez comemora dez anos de literatura infantil e juvenil. Hoje, 20% do faturamento da editora vêm desse segmento

Em 2004, percebendo que a venda de livros acadêmicos não acompanhava o crescimento do número de estudantes universitários, José Xavier Cortez, fundador da Cortez Editora, resolveu diversificar o seu catálogo. A dúvida era entre livros de autoajuda, religiosos ou infantis. Uma pesquisa aqui e outra acolá, uma consulta aos amigos e a decisão foi por começar a publicar livros infantis. Dez anos depois, a Cortez já tem mais de 300 títulos publicados no segmento e um plantel de 169 autores, 98% deles genuinamente brasileiros, entre os quais André Neves, vencedor do Jabuti em 2013, e a dupla Dulce Seabra e Sérgio Maciel, autores do ABC dos Direitos Humanos, que já foi traduzido para o espanhol, para o inglês e já é indicado por escolas de toda a América Latina, de acordo com Cortez. Nesse ano, 17 autores da editora desembarcaram e estão em Bolonha. “Vamos para a feira pensando em vender e divulgar o autor nacional. Temos autores altamente qualificados”, conta orgulhoso o Cortez que há mais de 30 anos está à frente da casa.

Hoje, os infantis e juvenis representam 20% do faturamento da Cortez. “A tendência é crescer com as vendas para governos. A questão da leitura está sendo incentivada porque sabemos que é pela leitura que um país cresce”, levanta a bandeira.

O paradoxo

A presença da Cortez no mercado de livros acadêmicos é ainda muito forte, mas há um paradoxo. Apesar da popularização do ensino superior, “está cada vez mais difícil expandir negócios nessa área”, observa Cortez. Para ele, a reprografia e a qualidade do ensino oferecido por muitas instituições de ensino superior atravancam o negócio de livros para universitários no Brasil. “Isso tem sido um atraso no mercado. Sabemos que há muitos alunos que não podem comprar o livro, mas isso deveria fortalecer as bibliotecas, mas elas deixam muito a desejar, não se atualizam...”, lamenta o fundador da casa.

A Cortez ainda não entrou no mundo digital, mas, de acordo com Cortez, será o próximo passo. “Estamos conscientes que essa é uma necessidade urgente. Já temos pessoal capacitado para isso e vamos começar nos próximos meses”, conta.

[26/03/2014 00:00:00]