‘Biblioteca’ digital de um título só
PublishNews, Leonardo Neto, 24/02/2014
De olho em escolas, Barsa lança versão digital

Demorou, mas a Barsa se digitalizou. Às vésperas de completar 50 anos, a primeira enciclopédia brasileira passa a oferecer a escolas serviço por assinatura de sua versão digital apelidada de Barsa na Rede. Apesar da concorrência com a internet, em especial com a Wikipedia, a Barsa mantém o seu modelo de negócios e, de acordo com informações do Grupo Planeta (detentor da marca) foram comercializadas mais de mil enciclopédias no ano passado, ao preço se R$ 2.450 [nos áureos tempos, de acordo com a empresa, chegaram a vender 100 mil]. Para Maurício Gregorio, presidente corporativo do Grupo Planeta Brasil, o grande diferencial da Barsa é a confiabilidade dos seus mais de 160 mil verbetes. “Para escrever o verbete ‘arquitetura’, por exemplo, a Barsa convidou ninguém menos que Oscar Niemeyer, que atualizou o verbete até pouco tempo antes da sua morte”, comentou o presidente.

A atualização – que na versão impressa é anual – é um dos grandes trunfos da Barsa na Rede. Gregorio conta que hoje a versão digital da enciclopédia ganha atualizações semanais, mas que a ideia é transformar isso em diária. Na nova versão, além da atualização mais frequente, a Barsa promete ser um suporte ao professor em sala de aula que poderá utilizar filmes, áudios, fotos e mapas em aulas mais interativas e dinâmicas. Por exemplo, uma aula sobre holocausto, o professor poderá exibir um vídeo, colocar um áudio de Hitler (com transcrição em português) e ilustrar com dezenas de fotos.

A assinatura, que já está em comercialização, é vendida ao preço de R$ 30 ao ano por aluno. “Isso representa R$ 2,50 a mais na mensalidade de escolas particulares. É uma opção viável para escolas e pais”, defende Maurício. A Barsa na Rede traz ainda mais de 700 vídeos, além de áudios, fotos, mapas, visitas virtuais em museus etc... Duas escolas paulistanas já aderiram ao serviço por assinatura: os colégios São Luiz e o Pueri Domus.

Maurício reconhece que o fôlego do modelo impresso é cada vez mais curto. “Não sei dizer quanto tempo mais vai durar a venda de enciclopédias impressas. Em outros países já não existe mais, mas o Brasil, com as suas dimensões e características, ainda tem fôlego para mais alguns anos”, analisa.

Lançada em 1964 (a preparação começou em 58), a Barsa teve como seus primeiros redatores chefes Antonio Callado e Antonio Houaiss. Desde então, busca especialistas para escrever seus verbetes (além de Niemeyer, Jorge Amado e Gilberto Freyre configuram na lista de redatores da Barsa). Atualmente, a Barsa conta com 750 colaboradores para atualizar a enciclopédia online e continuar garantindo a credibilidade e a veracidade do seu conteúdo.

[24/02/2014 00:00:00]