Amazon e Goodreads: o casamento imperfeito
PublishNews, Iona Teixeira Stevens, 29/10/2013
Usuários rejeitam novas políticas da rede social

Em Frankfurt, na conferência Publishers Launch, o CEO da Goodreads Otis Chandler não escondeu a empolgação ao mencionar que os Kindles Paperwhite da Amazon incluem agora o aplicativo da rede social. De fato, esse equilíbiro entre o social e a leitura privada é uma das principais preocupações dos produtores de leitores digitais, e tudo indicava que os 20 milhões de leitores da Goodreads se beneficiariam de sua compra pela Amazon (e vice-versa, claro), em maio deste ano. Mas parece que o casamento é um pouco problemático. Após mudanças na política de moderação dos comentários da empresa (que os usuários do site atribuíram à Amazon), a rede social está “presenciando” uma série de protesto de leitores. A Goodreads não permite mais que resenhistas façam comentários sobre o comportamento e personalidade do autor, e chegou até a remover comentários, o que enfureceu ainda mais os usuários. Os “protestantes” começaram então a “hydrar”, ou seja, replicar resenhas deletadas (curiosamente, assim como o termo “meme”, essa ação própria da internet também tem origem grega, vem do monstro Hydra, que ganhava mais cabeças quando tinha uma cortada). A jornalista Laura Miller aponta, em seu artigo sobre esse atrito, uma possível causa do perrengue que a Goodreads está passando: de consumidores, os leitores da rede social viraram agora produto.

[29/10/2013 01:00:00]