Gesellschaft für Konsumforschung, codinome GfK, chega ao Brasil
PublishNews, Carlo Carrenho, 15/06/2012
Empresa alemã lança ferramenta de monitoramento do varejo de livros no Brasil

A maior empresa de pesquisas de mercado da Alemanha, a GfK, deu hoje seu ponta-pé inicial no mercado editorial brasileiro. A GfK – ou Gesellschaft für Konsumforschung, seu nome de batismo nos idos de 1934 na região de Nuremberg – lançou na manhã de ontem seu Painel de Livros Brasil, uma ferramenta de monitoramento do varejo de livros no país. O evento contou com a presença de cerca de 120 pessoas em um café da manhã no hotel Grand Hyatt de São Paulo.

O principal objetivo dos executivos da GfK era apresentar a ferramenta e explicar que tipo de informação estará disponível. O primeiro a falar foi o português José Guedes, diretor do escritório brasileiro da empresa alemã. Com seu sotaque lusitano, suavizado por seus oito anos de vida tupiniquim, Guedes apresentou a empresa e enfatizou sua presença mundial e na América Latina. “Nosso faturamento foi de 1,4 bilhão de euros em 2011”, afirmou, lembrando que a GfK está presente em 21 países, sendo sete deles na América Latina. Guedes ainda destacou o slogan da companhia, impresso nos bloquinhos distribuídos aos presentes: “The Future Belongs to the Smartest”. “Queremos ser espertos”, explicou o executivo.

Depois foi a vez de Diogo Bettencourt, diretor da GfK responsável pelo monitoramento dos livros, explicar a ferramenta. Diogo deixou claro que se trata de uma pesquisa por amostragem em que o tamanho do mercado é determinado por meio de uma estrapolação estatística. “O Painel de Livros é um estudo contínuo e representativo de uma amostra estável a partir da colaboração de varejistas”, informou. “Nosso objetivo é fornecer informações com as quais vocês poderão correr atrás e fazer muito dinheiro”, avisou aos editores presentes. O executivo ainda lembrou que as informações por ora terão periodicidade mensal, mas que uma periodicidade semanal não só será possível como já está em teste.

Em seguida, outra executiva da empresa, Claudia Bindo, apresentou alguns dados já consolidados pela GfK no Brasil. Os números cobriam o período desde janeiro deste ano, uma vez que a empresa não possui números anteriores a isto. Tomando janeiro como base, os gráficos projetados indicavam uma queda do faturamento no Brasil nos meses seguintes. No entanto, dada a sazonalidade do período, foi difícil extrair dos gráficos algum dado mais revelador, uma vez que não havia separação de títulos didáticos dos livros de mercado geral na apresentação. Segundo Diogo informaria depois, isto não será um problema para os clientes da GfK, uma vez que eles poderão consolidar os números de todas categorias e gêneros. Os dados que chamaram mais atenção apontavam o alto preço dos livros brasileiros e a concentração do mercado.

Nos gêneros de não ficção e infantojuvenil, por exemplo, o preço médio brasileiro ficou acima de Espanha, Portugal, Itália, Alemanha, França e Holanda, na faixa de R$ 44,40 e R$ 28,60 respectivamente. Já a concentração do mercado ficou evidente em gráficos que mostraram que as 10 maiores editoras forma responsáveis por 26,2% do faturamento do setor em maio, enquanto 3,6% das vendas deste mês eram referentes aos três livros mais vendidos no país. Uma análise mais completa dos números apresentados, incluindo alguns dos gráficos da GfK, está publicada no blog do PublishNews.

A GfK não informou o tamanho de sua amostra nem quem são os varejistas cujos dados a compõem. Como a empresa já faz pesquisas importantes do varejo de produtos eletrônicos no Brasil, tudo indica que foram varejistas que vendem tanto livros como tais produtos os primeiros a fechar um acordo para o envio de seus números de vendas.

[15/06/2012 00:00:00]