Editoras emplacaram 566 obras nos mais vendidos de 2011
PublishNews, Roberta Campassi, 06/01/2012
Ano teve livros já consagrados como sucesso, clássicos e surpresas entre os best-sellers

Pela primeira vez, em 2011, o PublishNews compilou os livros mais vendidos de um ano inteiro, de janeiro a dezembro. Os dados mostram que 566 títulos de 96 editoras conseguiram aparecer em pelo menos uma das listas – ficção, não ficção, autoajuda, negócios e infantojuvenil – ao longo do ano passado.

O destaque fica com a Sextante, que se reafirmou como a editora que mais emplaca best-sellers no mercado brasileiro: foram 73 livros nas listas do PublishNews, entre lançamentos e livros mais antigos que permanecem tendo boas vendas. O ano da casa foi marcado especialmente pela criação do selo Arqueiro, que publica obras de ficção de entretenimento assinadas por autores como James Patterson; pela compra dos direitos para publicar toda a obra de Paulo Coelho e de Nicholas Sparks, e também pela publicação de livros de autores nacionais best-sellers, como Gustavo Cerbasi e Christian Barbosa. "Não foi um ano de grande crescimento, mas de abertura e de investimento em novas frentes", avalia Marcos Pereira, editora da Sextante.

Em segundo lugar no ranking de editoras ficou a Record, a casa que publica mais títulos por ano no Brasil, e teve 59 best-sellers nas listas do PublishNews. Entre seus diversos selos, o Galera, voltado para o público jovem, teve o melhor desempenho. Destaque também para o lançamento de O cemitério de Praga, de Umberto Eco, que no fim do ano chegou aos mais vendidos na lista de ficção e na concorrida lista geral.

Em seguida, vem o grupo Ediouro, com 41 best-sellers, representados especialmente pelo selo Agir, mais comercial, e pela Nova Fronteira, que edita os sucessos 1822 e o clássico O pequeno príncipe, que até hoje figura nas listas. A Intrínseca ficou em quarto lugar, com 31 obras, a maioria de ficção, com destaque para Um dia e a coleção de livros de Rick Riordan e, em não ficção, para A parisiense. Em quinto, vem o grupo Santillana, com 26 títulos encabeçados pelas obras da Objetiva. Até a décima posição das editoras, estão Saraiva (24), Companhia das letras (22), LeYa (21), Planeta (15) e Elsevier (14).

Na lista geral, o livro mais vendido do ano, muito à frente de qualquer outro, foi Ágape (Globo Livros), de Marcelo Rossi, com 518 mil exemplares. Não foi surpresa, uma que a obra se manteve nos primeiros lugares ao longo de todas as semanas de 2011. Ela ficou também no topo da lista de autoajuda, bem à frente de A vida sabe o que faz (Vida e Consciência), de Zibia Gasparetto, com 70.811. Segundo a Globo, o título já vendeu mais de sete milhões de exemplares. “O Ágape faz parte da estratégia de diversificar os lançamentos da editora e torná-la mais agressiva”, afirma o diretor editorial Marcos Strecker. Neste ano, serão criados cinco selos para reforçar as linhas editoriais mais fortes da casa.

Uma das surpresas foi Steve Jobs (Companhia das Letras), biografia que chegou às livrarias brasileiras no fim de outubro, pouco depois da morte do fundador da Apple, e em apenas três meses conquistou os leitores, fechando 2011 como o segundo livro mais vendido do ano, com 110 mil cópias. A obra também encabeçou a lista de não-ficção, seguida por três outras lançadas antes de 2011 e que há muito mantêm ótimas vendas: O guia politicamente incorreto da história do Brasil (LeYa), 1822 (Nova Fronteira) e 1808 (Planeta). Martha Medeiros, que lançou em meados no ano passado Feliz por nada (L&PM), também se deu bem e conquistou o quinto lugar.

Vale destacar as ficções que aparecem entre o terceiro e sexto lugares da lista geral, e que também encabeçam a lista específica do gênero. A cabana (Sextante) surpreende pela resistência: lançado em 2008, ainda conseguiu ser o terceiro livro mais vendido do ano, com 102.490 exemplares. Em seguida, apareceu Querido John (Novo Conceito), de Nicholas Sparks, autor que teve mais cinco livros na lista de ficção. As esganadas (Companhia das Letras), de Jô Soares, é um caso parecido com o de Steve Jobs: chegou em outubro mesmo assim virou best-seller do ano. Com a dupla, a Companhia das Letras fechou com chave de ouro 2011, quando comemorou 25 anos e vendeu 45% de participação para editora inglesa Penguin. No sexto lugar da lista geral, ficou A guerra dos tronos (LeYa), da série bem-sucedida Crônicas de gelo e fogo, de R.R. Martin.

Passando para a lista infantojuvenil, chama atenção o fato de O pequeno príncipe encabeçá-la com 70.886 cópias – a obra, afinal de contas, foi publicada na década de 1940. Mas quem dominou de fato essa lista em boa parte do ano foi a coleção Diário de um Banana (V&R), com um total de seis títulos presentes nas primeiras dez posições. Segundo informações da editora, a série havia vendido mais de 800 mil exemplares até novembro no Brasil. Rick Riordan foi outro autor que apareceu em peso no segmento infantojuvenil, com nada menos do que oito títulos.

Por fim, na lista de negócios, outro livro antigo saiu vencedor. O monge e o executivo (Sextante), lançado no Brasil em 2004, fechou 2011 com 59.329 exemplares comercializados. Em segundo ficou Os segredos da mente milionária (Sextante), que é de 2006, seguido de A saga brasileira (Record), de Miriam Leitão, publicado no ano passado.

[06/01/2012 01:00:00]