Vendendo para seres “ciber-híbridos”
PublishNews, Gabriela Nascimento, 28/07/2011
Para Martha Gabriel, estamos entrando na era do qualquer lugar, qualquer hora e por qualquer pessoa

“Revoluções são irreversíveis e com a era digital é a mesma coisa. Não tem volta. Ou a gente vira letrado digital, ou fica tão analfabeto quanto eram as pessoas que não sabia ler na era do livro. A gente precisa aprender a andar de bicicleta, e com ela em movimento”, afirmou Martha Gabriel, diretora de Tecnologia da New Media Developers, em sua palestra “Marketing para o Livro Digital”, ontem, durante o 2º Congresso Internacional do Livro Digital.

Segundo ela, estamos entrando na web 3.0, cuja característica é “qualquer lugar, qualquer hora, por qualquer pessoa e qualquer coisa”. Ainda que não tenha foco exclusivamente em estratégia para editoras e e-books, a palestrante comentou sobre como o mundo digital mudou o marketing e de que forma todas as empresas, sejam elas editoras ou não, podem aproveitar essas mudanças. Para ela, não existe mais mídia de massa - onde a marca procura as pessoas -, mas sim a “My Mídia” ou “Era da Participação”, onde são as pessoas que procuram as marcas.

Para se dar bem neste cenário, é preciso adquirir capital social capaz de fazer as pessoas irem, por vontade própria, atrás da sua marca. “O consumidor está no comando. O consumidor escolhe onde ele vai estar, mas no momento em que ele resolveu falar com você, você pode dar para ele uma experiência receptiva bacana”, explicou a palestrante. Para isso, é necessário conhecer o seu cliente e, mais, entender o que é relevante para ele naquele instante. Não basta segmentar, segundo Martha Gabriel, porque as pessoas não “são”, as pessoas “estão” e mudam de ideia e interesses rapidamente.

As editoras precisam estar em sincronia com seus consumidores e o mundo digital, por conta das novas tecnologias, permite isso. Sabendo onde as pessoas estão é mais fácil vender para elas. “Mercado era como filho pequeno, a gente colocava a roupa, dizia o que ele tinha que fazer e acabou. Agora o mercado é como filho adolescente, ele retruca e você precisa argumentar e conquistar aos poucos. Dá mais trabalho”, comparou. “A metodologia no marketing continua igual, o que mudou é que o público-alvo não é mais só alvo, mas passou a ser mídia e gerador de conteúdo”.

Mas mesmo com um público ativo, ela afirma que o mundo digital é uma vantagem para qualquer marca, pois estas ganharam mais pontos de contatos e a oportunidade de estar com seu consumidor 24h por dia. Para entender as necessidades e os desejos do cliente e saber o que dar para ele em todos os momentos, é necessário entender que a internet e as novas tecnologias tornaram as pessoas seres “ciber-híbridos”, usuários não mais de uma, mas de várias plataformas digitais. E essa conectividade pode ser uma oportunidade para quem tiver interesse em atingir e vender para o público. Basta saber aproveitar.
[28/07/2011 00:00:00]