“A indústria do livro impresso no Brasil faz muito dinheiro se comparada a outros mercados e nos próximos 10 anos o digital será apenas mais uma opção para vocês”, disse o jornalista Ed Nawotka, editor do Publishing Perspectives, à plateia do 2º Congresso Internacional do Livro Digital nesta segunda-feira, dia 26. Mas para chegar lá da melhor forma possível é preciso se preocupar, desde já, em organizar melhor suas informações criando corretamente metadados que vão transformar seu livro em algo encontrável em meio a tantos outros disponíveis nas livrarias, quantidade em constante crescimento (se quiser mais informações sobre metadados, leia a coluna de Camila Cabete).
O fato de o Brasil estar alguns anos atrás de mercados como os Estados Unidos e a Inglaterra é, para ele, uma oportunidade de os editores, livreiros e distribuidores brasileiros aprenderem com os erros cometidos por aqueles que já conseguem viver da venda de livro digital. Um dos exemplos que citou foi o da Borders. Entre alguns dos erros que a rede de livrarias americana recém-liquidada cometeu 10 anos atrás foi ter demitido os funcionários que cuidavam dos eventos e das relações com a comunidade. Nawotka faz uma análise mais completa do declínio da Borders aqui (em inglês).
O jornalista abordou ainda temas como o avanço do self-publishing (e citou Eduardo Spohr), o fato de que todos podem ser editores hoje (inclusive JK Rowling) e a quantidade de coisas que as pessoas leem hoje. Na América do Norte, por exemplo, são 35 mil palavras por dia, o equivalente a 1/3 de um romance.